Trágico cômico

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A vida é a arte do encontro,  embora haja tantos desencontros pela  vida”.  Vinicius de Moraes

É comum em conversas informais, principalmente entre as mulheres, falar-se sobre situações afetas ao cotidiano de casal. Nessas conversas, as diferenças de pensamentos e atitudes trazem à tona um tema que vem sendo estudado, escrito, mostrado, por várias áreas da ciência e da arte: as diferenças de gênero.

O ser humano é dependente, não sobrevive ao isolamento.  No entanto conviver é o seu maior desafio.

Paradoxalmente, nos relacionamentos íntimos, principalmente de casal, alcançamos o céu e o inferno. Isso não diz respeito apenas às diferenças entre os sexos, mas, também, ao fato de que as parcerias favorecem que os conflitos emocionais não resolvidos com nossas relações primárias ressurjam com toda a intensidade. 

“Dormimos com o nosso maior inimigo”,  já assinalava Whitaker, pois o inconsciente nos aproxima, nos motiva nas escolhas.

Muitas peças teatrais, muitos filmes, algumas charges são produzidas sobre o enfoque trágico cômico que reproduzem algumas das incoerências humanas e freqüentemente da relação de casal. A estrutura biológica demarca as diferenças dos sexos, mas ao longo da história da humanidade, a cultura colaborou para que a visão de mundo entre mulheres e homens se distanciasse, criando mesmo, em certos momentos, rivalidades.

De acordo com John Gray, autor de Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus , ambos desejam ser amados, mas o homem necessita ser aceito, ser apreciado e gozar de confiança; a mulher: ser cuidada, ser compreendida e ser respeitada.

Por outro lado, a comunicação, principal meio para nos sintonizarmos com o outro, é atravessada pela forma do pensar, sentir e expressar tão diferentes entre homens e mulheres, transformando-os em ilhas cujas pontes para se firmarem necessitam de “muita engenharia”.

Apesar do sentido da vida ser subjetivo, o encontro está inserido no cerne da humanidade.  É a partir da união (macho/fêmea) que se dá a sobrevivência da espécie.  Na atualidade, o encontro torna-se, cada vez mais, descartável, e o índice de pessoas, que vivem só, aumenta. Mas, ainda observamos, que as mulheres anseiam pela relação estável e constituição de uma família. Contudo, a intolerância, o individualismo vêm crescendo.

No cenário da vida, temos muitos encontros e desencontros. Representamos vários papéis, mas somos os autores da nossa própria história.  Podemos ter relações construtivas buscando o autoconhecimento e desenvolvendo as habilidades interpessoais.

Norma Emiliano

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