Prova de fogo familiar

 

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O nascimento de uma criança traz à família um renascimento de emoções que permanecem no âmago dos seres humanos.

 A vida adulta, muitas vezes, traz tanta responsabilidade e compromissos que nos levam a não prestar mais tanta atenção ao entorno, a deixar a curiosidade e pureza do olhar esquecidas.

 A criança entra numa história e promove outros contratos (explícitos e implícitos) entre os membros familiares, pois elevam a uma outra categoria todos os envolvidos, desde o casal que se transforma em pais, como o irmão de cada parceiro em tio e os pais em avós.  Parece simples?

 Alguns dizem que passar por essa fase na família é simples, que o amor e a solidariedade vencem todos os obstáculos. Será que é assim?

A criança causa grande impacto na relação do casal, pois promove grandes mudanças no cotidiano.  Cada família é única em seu funcionamento e cada uma vai responder às novas tarefas de forma muito específica. Não há uma receita para esta convivência. Nesta dança relacional há que se observar que a criança está no meio de duas famílias: a que pertence à mãe e a que pertence ao pai. Isto significa diferenças de valores e atitudes. O estranhamento é comum e este começa na formação do casal, no entanto o nascimento do primeiro filho o acentua.

 É importante que a criança seja amada e cuidada, que reconheça seus avós e suas formas de ser. Mas para tal é necessário que a convivência possa ser minimamente tolerável entre todos, principalmente entre o casal que não pode exercer unicamente a função de pai e mãe.

 Cabe aos pais educar os seus filhos, serem autoridade primeira e aos avós e tios poderem se aproximar demonstrando seu afeto e solidariedade. Isto significa fronteiras demarcadas com grau suficiente de tolerância para as possíveis diferenças de pensamentos sem interferência na autoridade paterna.

 A criança é o renovar da família e o brilho do entardecer dos avós, no entanto exige um grande investimento de adaptação familiar.

Norma Emiliano

Comments

  • chica
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    Que grandes verdades trouxeste aqui! Saber circular entre as famílias é preciso. Hábitos diferentes, conselhos diversos…O casal deve ter sua própria linha de pensamento…Agira assim, errando até, mas tentando acertar. No momento que entre o casal inicia o empurra,empurra de culpas envolvendo as famílias de onde vieram, o caos está formado! beijos,tudo de bom,chica e linda semana!

  • Beth Lilás
    Responder

    Perfeitas suas palavras, Norma, são para pensar e raciocinar o momento sublime que está se desenvolvendo no seio familiar! A chegada de um novo ser ao mundo mexe com todos os membros de uma família e há que se ter entendimento, solidariedade e muito amor.
    Adorei! Vou repassar a uma amiga que será avó pela primeira vez e de gêmeas.
    beijos cariocas

    (Hoje tem poesia nos meus dois blogs, passa lá pra ouvir)

  • Toninho
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    Fico pensando como deve ser a cabeça da criança nestas possíveis diferenças entre as duas famílias e sua inserção neste âmbito. É preciso mesmo muito talento para orientar este transito e cabe aos avós mais uma arte de demarcação de barreiras. Parece complexo né Norma?
    E a criança as vezes passa numa boa.
    Abraços com carinho amiga.
    Bju

  • Lu Souza Brito
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    Oi Norma,
    Que bom ler tudo isso. Tão verdadeiro. E quantas crianças passam por estas situações de empurra – empurra. As familias são diferentes e esquecem que é preciso equilibrio na convivencia. Sao avós que querem ter mais autoridades que os pais, por vezes sao pais que não aproveitam da sabedoria dos avós. É uma grande luta. Presencio diariamente, mas como cada familia tem sua forma de ser, é complicado dizer que está certo ou errado…e se há mesmo este certo e errado. Um beijo

  • Roselia Bezerra
    Responder

    Olá, querida Norma
    Tive um caso sério na família onde, quando meu irmão ficou viúvo, os avós paternos e maternos brigaram pela posse das crianças se esquecendo que o pai ainda estava vivo…
    Foi um desastre a criação de um deles pois vc deve imaginar como tudo foi acontecendo desde então…
    Enfim, eu faço a minha parte pros meus netinhos mas eles me têm como avó simplesmente, não como pais que também amam e eu faço tudo pra que seja assim…
    Agradeço tanto a Deus por viver com uma distância necessária ainda que os corações estejam ligadíssimos…
    Bjm fraterno de paz e bem

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