Os grupos

 

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Como os grupos interferem na condução da sua vida (amizade, profissional, familiar, entre outros)?

 O homem foi se organizando em grupo, aumentando suas possibilidades de sobrevivência como espécie.  Ele é um ser social, dependente física e emocionalmente.  No entanto, há diferentes graus de dependência, tendo em vista a forma como cada indivíduo interpreta e percebe principalmente suas primeiras relações que lhe dão marcas constitutivas na forma de ser e sentir.

 Vários autores já estudaram sobre o ambiente familiar e sua influência no desenvolvimento e ajustamento individual. Entre esses autores, encontra-se Bowen, 1988 que com sua Teoria dos Sistemas Familiares considera a família como uma unidade emocional e o indivíduo como parte dessa unidade.

 A dicotomia entre o funcionamento intelectual (pensar, raciocinar e refletir) e emocional (instinto reprodução, individualidade e união) constitui a base desta teoria, que considera que o ser humano é produto da evolução. (Bowen 1978).

 A individualidade impulsiona o indivíduo a desenvolver – se como uma pessoa emocionalmente separada, com a capacidade de pensar, agir e sentir por si próprio; e a proximidade /união mantém o ser humano emocionalmente ligado à família, operando em reação com os outros – reatividade. (Kerr, 1988).

 A ligação entre estes dois sistemas, intelectual e emocional seria o sistema do sentimento que permite a representação de certos estados emocionais na consciência.  Desta forma, o ser humano possui a opção de operar como sistema intelectual  ou como emocional.

 Contudo, quando ocorre a fusão dos sistemas consequentemente ocorre a fusão emocional do indivíduo que perde a opção de escolha.

 Assim, quando prevalece a força da união (necessidade de amor, aprovação, proximidade emocional) há o perigo de que o indivíduo deixe de ser uma pessoa produtiva e autônoma. (Bowen, 1978).

 O pertencimento aos grupos é inevitável, mas é importante que este sentimento não se transforme numa perda da identidade, na capacidade de  pensar, sentir e agir.

 Para tal, é necessário o autoconhecimento, reconhecimento dos padrões de relações primários para que não se fique vulnerável à  reatividade.

 Então, como você se reconhece nesta balança funcional no seu cotidiano grupal?

 Norma Emiliano

Referência bibliográfica

 

 Bowen, M. (1978). Family Therapy in clinical practice . New York: Jason Aronson

Kerr, M. E. (1988). Chronic anxiety and defining self. The Atlantic Monthly,

Comments

  • chica
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    Norma, na vida somos colocados em convívio com grupos…Porém eu, sou bem bicho do mato…. Não gosto de fazer tudo em grupos. Conheço casais que não viajam, não jantam fora, não passeiam se não forem em grupos de amigos e isso, eu DETESTO e dou meu NÃO categórico..Preservo nossa individualidade e nunca, desde que me conheço por gente, fui muito de patotinhas…Apenas as que era obrigada…bjs praianos,chica

  • Toninho
    Responder

    Uma ótima postagem para um vasto debate, onde algumas palavras falam alto, como autoconhecimento, pertencimento e a definição mais primaria de que somos seres únicos, insubstituíveis e transcendentais. Notamos que tudo se passa nos primeiros pertencimento o família, onde se moldam as formações e preparações para desligar e ligar-se aos grupos que se apresentarão ao longo desta longa jornada. Considero-me pronto e bem resolvido hoje para circular entre os mais diversos grupos mantendo minha identidade, com todos meus quereres e saberes livres de interferências que possam me particionar. Creio que mais agrego e contribuo efetivamente e positivamente com minha visão de ver o mundo com todas suas inter-relações.
    Belo questionamento Norma nesta ótima postagem.
    Linda semana a você com toda paz e muita luz.
    Meu terno abraço.
    Bjo.

  • luma rosa
    Responder

    Oi, Norma!
    Sempre respeitei a opinião alheia e costumo escutar, mas no final, tomo minhas próprias decisões. Não sou influenciável ou de fácil manipulação. Entre escolher entre a família e amigos, fico com a família.
    Como a Chica, não sou muito de sair de turma. Mas dependendo da companhia, não rejeito. São bastante seletiva com amizades porque gosto de ter privacidade, principalmente na atualidade onde as pessoas não são mais tão confiáveis. Se a pessoa ganha a minha confiança, tudo muda. Sou daquelas que leva segredo para o túmulo e que sabe perdoar deslizes, porém não perdoo traição.
    Socialmente é preciso ter uma certa dose de inteligência emocional para saber se conduzir nos variados grupos.
    Boa semana!!
    Beijus,

  • Yasmine lemos
    Responder

    Bom dia Norma, hoje faço minhas escolhas independente de laços sanguineos, se não me fizer bem não tento me moldar nem mudar, sem alardes saio de fininho.Procuro conviver bem ,escolho meus amigos bem poucos ,experiência de vida ajuda muito, maturidade pra alcançar precisa de tropeços.
    beijo grande

  • Beth Lilás
    Responder

    Bem, Norma, eu penso quase igual à Luma, inclusive acho que esta frase dela é perfeita “Socialmente é preciso ter uma certa dose de inteligência emocional para saber se conduzir nos variados grupos.”
    Vejo algumas pessoas que não têm este equilíbrio tão importante, abraçando a todos, fazendo novas amizades, se abrindo demais, depois reclama disso ou daquilo que falam ou quando não é bem interpretada se entristece.
    Tenho um bom relacionamento com as pessoas e procuro nelas mais do que a simpatia, a tal empatia que é bem mais importante para o convívio social.
    De uma maneira geral não sou de me expor, gosto de me preservar, principalmente minha família.
    Sempre fiz meus passeios em família, não curto grupos ou sair com galera.
    beijos cariocas

  • Norma Emiliano
    Responder

    Betth e Luma este pensamento é perfeito “Socialmente é preciso ter uma certa dose de inteligência emocional para saber se conduzir nos variados grupos.”e é disto que este texto trata pela visão sistêmica, ou seja inteligência emocional e pode saber o que é seu e o que é do outro e pode optar como sentir e agir.
    Os grupos nos ajudam a nos compreendermos melhor, se ficarmos atentas ao que está ocorrendo nas interrelações. Pertencer a grupos significa viver as diferenças e escolher o que melhor nos convém.
    bjs

  • Teresinha
    Responder

    Olá Norma,
    Confesso que sinto falta de ter um grupo atualmente. Nessas minhas mudanças fica mais difícil ter um grupo e um convívio social.
    Dependendo da situação, tudo fica mais animado com um grupo bacana. Sem restrições e fingimentos. Mesmo com as diferenças.
    Confesso que para viajar em grupo não me identifico muito. Cada um tem sua particularidade e fica difícil combinar horários e tudo mais.
    Beijos mil

  • Lúcia Soares
    Responder

    “Os grupos nos ajudam a nos compreendermos melhor, se ficarmos atentas ao que está ocorrendo nas interrelações. Pertencer a grupos significa viver as diferenças e escolher o que melhor nos convém.”
    Penso assim, Norma, mas com cuidados. Não gosto de estar em grupos com os quais não me identifico, apenas para ficar e pronto. Gosto das pessoas em geral e aprecio boas convivências.
    Beijo.

  • Norma Emiliano
    Responder

    Oi Lucia
    Não devemos ficar em grupos sem identificações. Contudo, podemos conviver com as diferenças sem nos importamos tanto com o que o outro pensa.
    bjs

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