É preciso ser criança

 

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‘É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação.” D.W. Winnicott.

O ser humano ao nascer é totalmente dependente e ao longo do seu desenvolvimento inicial vai sendo inserido na cultura pelos pais ou responsáveis. Aquilo que ele vê, sente, ouve e compartilha vai sendo absorvido e constituindo sua forma de ser e entender o mundo.

 Houve épocas da história em que as crianças foram tratadas como adultos.  A infância e adolescência são criações da modernidade (entre o século XVI e XVII). Philippe Áries, 1986.  A partir de então, surgem interesses de estudos sobre a infância.

Esta é uma etapa de suma importância para o desenvolvimento global do indivíduo. Estudos já comprovaram o quanto os primeiros anos de vida são significativos para o desenvolvimento da inteligência e da adaptação do individuo a sociedade.

As crianças não pensam como adultos e segundo Piaget o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida.

Crianças são sujeitos sociais e históricos, marcados pelas contradições das sociedades em que estão inseridas (Kramer, 2007). Assim, observamos constantemente, na atualidade, uma projeção de preocupação dos pais com o futuro profissional dos filhos. Portanto, crianças prematuramente se encontram comprometidas com uma agenda de tantas tarefas que o brincar e o espontâneo ficam cerceados.

Por outro lado, o mundo contemporâneo tem como características a falta de espaços nos grandes centros urbanos, a velocidade, a influência pela mídia pelo consumismo, bem como pela violência que se refletem na forma do brincar.

O brincar é uma condição imprescindível para o desenvolvimento da criança. Através da brincadeira que ela desenvolve capacidades importantes como a memória, a imitação, a atenção, a imaginação.  A partir do brincar que aos pouco a criança interioriza a cultura, aprende a conhecer, a fazer, a conviver e a descobrir-se.

 Quem não se recorda dos momentos de liberdade, do faz- de- conta, do voar na imaginação, nas fantasias que se misturavam a realidade?  Para Fortuna (2008), “Brincar é um meio de aprender a viver e de proclamar a vida”.

 

Referências

 FORTUNA, Tânia R. A brincadeira na inclusão social, 2008.

 KRAMER, Sônia. A infância e sua singularidade, 2007.

 PHILIPPE, Áries. História Social da criança e da família, 1986.

Norma Emiliano

 

 

Comments

  • chica
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    Lindo e verdadeiro texto sobre esse tema tão importante; A brincadeira é inerente à criança que deve poder fazê-lo sempre . Deve ter essa chance, de preferência em meio à natureza, com outras crianças! Faz um bem enorme! bjs, linda semana!chica

  • eliane
    Responder

    Ser criança é ser livre,amiga!
    Adorei o texto!
    Venho agradecer sua visita.
    Quando tiver post novo, avise sempre,ok?
    Bjus e uma semana maravilhosa e iluminada!
    http://www.elianedelacerda.com

  • eliane
    Responder

    Vou voltar com mais calma para apreciar seu trabalho,querida!
    http://www.elianedelacerda.com

  • Suzana Martins
    Responder

    Norma, eu adoro o seu blog. De verdade! Você sempre aborda temas maravilhosos que tiram nossos pensamentos da cartola. rs…
    Eu lembro da minha infância com muito carinho. Nossa!! Eu era aquela garota travessa. Na minha rua, eu brincava de bola, bicicleta, patins. Brincava de bola, pega-pega, esconde-esconde e tantas outras brincadeiras. Eu lembro que na minha rua tinham poucas garotas, e quando elas iam lá pra casa, minha mãe sempre brincava com a gente. Ficávamos na cozinha e mamãe nos ensinava cozinhar… rsrs… Nossa!! Quantas lembranças.
    A minha adolescência foi marcada por livros, poesias, música e alguns namoricos… rs… Cresci no tempo certo. Eu lembro de todas as etapas da minha vida com muito carinho.
    Acho que hoje algumas crianças crescem cedo demais, não aproveitam a infância como deveria. E, não sei porque. A infância é um presente!!

    Norma, eu e minhas divagações, não é?! rs… Mas a “culpa” é sua… rsrs…

    Beijos e linda semana!!^^

  • Vera Lúcia Duarte
    Responder

    Excelente, Norma.
    Lembro-me da minha infância, dedicada somente a brincadeiras e, principalmente, ao ar livre. Voltava esfolada para casa, mas cansada e feliz. A infância é uma fase que não pode ser pulada definitivamente. Hoje, a tecnologia predomina nas brincadeiras infantis. Muitas crianças preferem ficar em seus quartos ou sofás da sala curtindo seus eletrônicos. A interação entre as crianças é de extrema riqueza. Pena que no mundo atual as crianças são desde cedo colocadas em inúmeras atividades, ora para descansarem os pais, ora para se prepararem para se sair bem no mundo adulto. Sem dúvida, brincar, além de divertido, é a mola propulsora para o desenvolvimento das crianças.
    Beijo.

  • Toninho
    Responder

    Eu sempre me refiro como a fase de feliz idade.
    Eu a vivi na simplicidade mas com toda liberdade de uma época, uma infância de construção de interação, tempo de vizinhança como segunda família.Isto numa pequena cidade de interior.Pude ser criança feliz com os medos que serviam como freios e as crendices que também serviam como uma maneira de frear os impulsos daquela crianças cheias de energias.
    Seu texto retrata bem uma criança que dificilmente se consegue nos dias atuais, apesar de belos trabalhos nas escolinhas e as vezes em alguns condomínios e vilas.
    Muito bom Norma.
    Que sua semana esteja plena em realizações.
    Carinhoso abraço
    Beijo de paz amiga.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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