Aliança Terapêutica

 

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Há uma crença popular de que psicoterapeutas não passam por situações emocionais impactantes e que são bem resolvidos. Na realidade, é importante que se esteja em equilíbrio para atender ao outro, o que não significa não se ter problemas ou questões pessoais e/ou emocionais para serem resolvidas.

Os atendimentos psicoterápicos exigem que o profissional esteja ali para o cliente, que seus problemas não sejam impeditivos de estar atento às palavras, expressões e questões trazidas à sessão. Estar presente de “corpo e alma” requer do terapeuta condições de se conectar com os próprios sentimentos e emoções, bem como empatizar com os sentimentos e emoções do cliente. O espaço terapêutico é um caminho percorrido em conjunto terapeuta/cliente em direção às questões apresentadas e/ou detectadas, no sentido de eliminar os sintomas e dar possibilidades do sujeito enfrentar da melhor forma suas experiências na vida.

Cada atendimento é uma experiência única e o universo humano apresenta uma riqueza inesgotável nas singularidades pessoais. Contudo, as projeções, identificações e cruzamento de histórias fazem parte de todos os relacionamentos, inclusive entre terapeuta e cliente. Neste sentido, o profissional ocupa um lugar no qual lhe serão exigidas respostas e atitudes que podem não ser compatíveis para o bom andamento do tratamento.

 Por outro lado, algumas características do terapeuta, como a flexibilidade, o respeito, a confiabilidade, o calor humano, o interesse vão influenciar a construção da aliança terapêutica.

É comum que o padrão de funcionamento do cliente (a forma como o indivíduo se comporta) se apresente no processo terapêutico. Portanto, é necessário que o terapeuta esteja atento a si mesmo diante do conteúdo que vai sendo apresentado, assim como aos efeitos trazidos pelo comportamento do cliente sobre a sua pessoa.

A aliança terapêutica é mecanismo de mudanças e é indispensável para o sucesso do tratamento. Por outro lado, reconheço nesta relação um manancial inesgotável para as autodescobertas, seja do pacienta e do terapeuta.

 Norma Emiliano

Comments

  • chica
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    Acredito que um possa aprender com o outro! Lindo texto! bjs,chica

  • luma rosa
    Responder

    Oi, Norma!
    Por coincidência falei com uma amiga psicóloga no final de semana que passou sobre esse assunto. Ela me disse que as pessoas olham para ela e não imaginam que ela também possa ter problemas, como se ela fosse um exemplo de perfeição. Ela mesma fez e faz terapia – o auto conhecimento é algo que somente nós mesmo temos que fazer por nós.
    Beijus,

  • Adao Braga
    Responder

    Só é estranho o profissional que atende ao cliente, depois do atendimento, convidá-lo para um lanche, e lá desabar a chorar, dizendo que seu casamento está desabando, que, não consegue manter seus relacionamentos. O psico fazer terapia com outro colega, é aceitável!

  • Toninho
    Responder

    Bela analise Norma, o profissional e o ser humano não se separam cada um com os seus problemas e mazelas da vida. O que diferencia é o profissionalismo que sabe como separar uma coisa da outra.
    Parabéns sempre pela arte e lucidez com sabedoria.
    Meu abraço com carinho.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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