Afirmação do eu

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“Não quero seguir a vida sendo levada pelo que me acontece”. Com esta frase Rose inicia a sua terapia.

Sua história é pontilhada de adesões às expectativas alheias:  da mãe, marido, amigos e  filhos. Sempre na direção do outro. Quando menina sua brincadeira preferida era  dar aula e cresceu desejando ser professora. No entanto, aos 17 anos conhecera o amor e optou por ele. Casou e rapidamente teve seus três filhos. Dedicou-se a casa, aos filhos e ao marido que, como executivo, viajava constantemente. Tinha amigas do período de adolescência,  e acompanhou o desenvolvimento profissional delas. Algumas estavam solteiras  estudando e trabalhando, outras se casaram e tinham uma profissão.

Sentia-se limitada e não mais  realizada com sua vida tão doméstica. Não sabia como dizer ao marido o quanto estava triste e ele, por sua vez, não percebia. Um dia viu um anúncio no jornal sobre uma escola que funcionaria próxima a sua residência e que oferecia curso/treinamento para recreadoras. Pensou que esta seria uma chance de recomeçar e apostar no seu desejo de ensinar crianças.  Comentou com o marido, que ficou surpreso, e não acolheu a ideia. A partir de então começou a se indagar porque teria que continuar sua vida gravitando em torno do marido?  Não teve forças suficientes para reafirmar sua vontade e desistiu. Contudo, estava infeliz e tomou a decisão de buscar terapia.

A busca de si , individualização,  é aprender sobre si mesmo, e,  neste sentido,  a relação afetiva deve ser considerada como um espaço propício ao desvelamento da identidade pessoal, ou seja,  encontrar uma forma que seja possível ser  “livre junto”.

A independência, principalmente econômica, é a forma com o indivíduo pode através de recursos próprios depender menos do outro. Contudo, há que se observar a dependência emocional que se constitui num entrave ao processo de  individualização.

 Assim, poder viver a dois, exercendo  diversos papéis  (filha, mãe, mulher, profissional):  compartilhar e ter a autonomia de escolhas.

Norma Emiliano

Comments

  • chica
    Responder

    Belo tema!!

    Há que se ter a independência emocional, sentir-se livre de quaisquer amarras e então seremos aptos a deslindar quaisquer problemas que aparecerem, sejam pessoais, sejam na família! Sentir-nos firmes, independentes, pode até por vezes assustar, mas é o melhor caminho, ainda mais sabendo que essa liberdade de agir, pode ajudar aos outros também pelo exemplo!

    beijos,chica

  • Misturação Ana Karla
    Responder

    Oi Norma!
    Temos que ter independência de nós mesmas.
    É sempre muito bom aprender com você.
    Xero

  • Anete
    Responder

    Texto muitíssimo bom, Norma!
    Gostei da expressão: “Livre Junto.”

    O companheirismo do casal e a união familiar são importantes, mas é preciso a autonomia emocional para que a pessoa se sinta feliz e realizada.
    Penso que a Rose na terapia conseguiu fortalecer sua individualidade e agir decididamente. O processo, muitas vezes, requer perseverança e um posicionamento consciente da sua essência (bagagem).

    Um beijo e muita paz.

  • Beth Lilás
    Responder

    Norma,
    Um tema bastante interessante e que deve ser explorado por pessoas, mulheres e homens que não sabem se colocar um diante do outro e se torna dependentes, sem buscar aquilo que lá dentro pulsa todos os dias e os levam à depressão e angústia.
    O importante de tudo é a conversa, a troca, o companheirismo de um e de outro, dando ênfase, dando força para que o outro se lance fora do ninho e faça coisas diferentes, como foi o meu caso, tenho um marido que sempre me ajudou nisso e eu, por fim, fiz a escolha certa e não me arrependi.
    um grande abraço carioca]

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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