Perdas – Ana Karla

                                                           

Nossa ciranda de hoje traz o relato da querida Ana Karla, do blog misturão.  Amigos,  seus comentários criam passos e dão movimento a esta Série

 

O  medo da morte é o nosso terror mais profundo”. Froma Walsh e Mônica McGoldrick

 

 Aldeia Março 2011 - Aniversário do Clube (30)

 

A perda é sempre construtiva, mas nem sempre precisamos passar por essa dor para ter que aprender.

Tenho muitas sensações dentro de mim, mas a de perda, é a que mais me incomoda.

As vezes me pego pensando na possível perda dos meus filhos e caio em lágrimas. Um sentimento sem igual.
Dizem que mães são assim, mas não quero ficar pensando em possíveis perdas.
Quero não perder nunca.
Mas passei por alguma perdas, como de mortes de pessoas queridas, da família.
Perdas de oportunidades.
Perdas de amizade.
Essas perdas de mortes são sempre muito dolorosas, pois são irreparáveis.

As outras perdas de sentimentos, quase sempre podemos reparar, mas sempre fica marcado dentro da gente.
E perdas materiais, são as que ainda abatem muita gente, porém são quase sempre reparáveis.
E assim vamos perdendo e ganhando crescimento, experiência.

Karla Vercoza

 

De acordo com o filósofo Nitche a certeza da morte dá  a força, a “vontade da potência” que afirma a vida. No entanto, muitas vezes,vivemos com se finitos fôssemos e deixamos de valorizar o suceder dos dias,  de  apreciar a funcionalidade do nosso corpo e  da nossa mente.

Assim, como não há morte sem vida, não há como escalarmos o crescimento pessoal sem passarmos por momentos de renúncias e sofrimentos. É entre perdas e ganhos que vamos construindo nossa estrada, abrindo novos horizontes. É necessário que possamos reconhecer a dor e, também, saibamos que ela faz parte do movimento constante da vida que se desenrola entre o nascimento e a morte.
 
Querida amiga obrigada por tecer os seus fios em relação a perda  nesta disposição de participar  da minha proposta.

Norma
 

Comments

  • chica
    Responder

    Nossa querida Ana Karla foi novamente bem lúcida ao falar de suas perdas e temores.

    perder filhos, nem gostamos d imaginar…Não nos vemos nisso….
    O resto das perdas, vamos aprendendo a passar por elas… ebijos às duas, tudo de bom,chica

  • Gina
    Responder

    É o momento mais difícil e mais reflexivo da vida quando se perde alguém querido. Temos mais aceitação das perdas quando se dão com pessoas mais idosas, pela resignação de que já se viveu bastante ou porque estava sofrendo com alguma doença, mas perdas sempre deixam sentimentos como tristeza e saudade.
    Bjs.

  • marli soares borges
    Responder

    Queridas amigas,

    A.Camus já dizia que inconscientemente vivemos em constante desespero, pois sabemos que a morte é inevitável. Que ao colocarmos nossos filhos no mundo, sem querer, já estamos colocando neles a certeza da morte. É o preço que pagamos para estarmos vivos. Interessante esse pensamento né? E acho totalmente razoável. E de fácil entendimento. Não tem o que explicar, é isso mesmo, não temos qualquer chance de evitar a morte e, depois dela, ninguém sabe, ninguém voltou para contar. Nesse quesito, simplesmente não há esperança. Tudo o que se vê por aí, são conjeturas, certeza mesmo ninguém tem.

    Sim, a morte de nossos entes queridos é uma das perdas mais importantes que sofremos. E perder um filho é incompreensível e inaceitável. Um sofrimento atroz para os pais. Sei disso, já sofri essa perda. Não tem filosofia, nem psicologia que explique. É só o tempo que vai passando e amenizando a dor. E a saudade? Dói mesmo, não é só coisa de poetas. Na-na-ni-na-não!!

    As outras perdas, se prestarmos atenção, todas elas trazem consigo um ganho para nós. Veja só um exemplo que me veio na cabeça agora: para ganharmos autonomia tivemos que perder a mordomia. Rsrsrs. Então: a gente sofre e se alegra, chora e ri, cai e levanta. E vamo que vamo.

    Acho que é por aí. É um pouco da minha experiência, nessa caminhada que venho percorrendo desde que nasci. A long time ago, rsrsrs. Poderia dizer até, uma caminhada bem longa, mas acho que a vida é muito curta. Curtissima.

    Karla, você tem que escrever um livro menina! Está caindo de maduro!

    Norma, adorei essa proposta dos comentários ganharem vida, caminharem. Acho que estas atitudes conjuntas, só têm a somar.

    Beijos às duas.

    Marli

  • Ana Karla – Misturação Misturão
    Responder

    Norma eu que agradeço em participar dessa sua série, muito séria e que nos faz sentir lá, bem dentro da gente o que sentimos.
    Sem falar que o seu arremate é sempre perfeito.

    A Chica: sempre agradecida por está presente em meus passos.

    A Marli: por esse elogio tão maravilhoso que acaba de me levantar o astral. E ainda expor todo seu sentimento com sua história doída. Já venho escrevendo um livro a alguns anos, mas as vezes penso que é uma “baboseira” rsrsrs. Qualquer dia desses vou tentar publicar. Vou levar esse elogio como uma “força”.

    Xeros!

  • Socorro Melo
    Responder

    Oi, Norma ( e Ana Karla) !

    Ótima a reflexão da Ana Karla. Apesar das perdas trazerem crescimento, não gostamos de perder, porque dói, machuca, nos desnorteia, mesmo que isso, posteriormente, signifique ganhos.
    Pensar em perder os pais? Os filhos? Só de pensar já sinto o tamanho da dor… É muito difícil. Tenho muito a aprender ainda…

    Um grande abraço as duas, minhas amigas.
    Socorro Melo

  • Manuela Freitas
    Responder

    Olá querida amiga,
    A Karla tocou bem no cerne da questão, há de facto perdas irreparáveis…e perder um filho é a das mais fortes, na minha opinião, já que não vai no sentido regular das coisas…mas tudo pode acontecer…
    Na vida, nada há mais certo que a morte…e vivendo vamos tendo as nossas perdas…e também os nossos ganhos, algo pode ser mais marcante e fascinante do que o nascimento de uma criança, para mim que até me regulo muito pelo racionalismo não me custa nada dizer que esse é para mim um autêntico milagre!…
    Beijinhos,
    Manu

  • Nilce
    Responder

    Tenho pavor de perder meus filhos.
    Acho que não aguentaria. Por isso tento nem imaginar, mas mesmo eles estando às vezes do meu lado, se ouço algum barulho estranho ou toca o telefone altas horas, meu coração dispara. Medo, muito medo.

    Bjs no coração!

    Nilce

  • Yasmine Lemos
    Responder

    Já postei 2x ,tomara que dessa vez der certo.
    Ana Karla teve uma maturidade imensa em falar sobre perda de filhos, eu nem isso consigo,nem escrever,nem falar.Uma forma sem duvida de amadurecimento , entendendo a vida e seus tropeços,embora jamais aprenderemos a saber perder.
    beijo minha amiga querida

  • manuel marques
    Responder

    A morte rouba toda a seriedade à vida.

    Beijo.

  • Tati
    Responder

    Que grande reflexão, Karla. Muito bom estar por aqui. Acho que é inevitável temermos a morte, a perda de um filho. Este terror também me assombra vez ou outra. E é um pensamento difícil de deter. Também há o medo de sermos perdidos, não é? De vez em quando meu medo é que eu falte a meu filho, e nem sei dizer o que é mais aterrador! Imaginá-lo seguindo sem mãe, ou ele me faltando… sei lá… Perder é difícil demais! Seja em que esfera for, do jogo de buraco em família à morte de alguém querido, parece que é algo que nunca aprendemos… Adorei!
    Também quero participar, Norma!
    Beijos às duas.

  • Betânia Torres
    Responder

    Olá, Ana Karla,

    Como vc condensou bem as perdas possíveis nesta vida. Sobretudo, quando finaliza com o que ganhamos: experiência. Belo texto. Parabéns!

    Um abraço,

    Betânia

  • Toninhobira
    Responder

    Muiti boa a visão da Ana sobre perdas, aqui bem colocada de maneira vasta, mas deixando claro o medo da perda por morte,quando se relaciona a familiares e é bem assim mesmo. Gsotei Norma da inserção do pensamento de Nietzsche sobre a morte. Este tema é muito bom e assim sempre uma boa postagem para reflexão.
    Sempre minha admiração.
    Parabens a ambas.
    Meu abraço de paz e luz.

  • Macá
    Responder

    Gostei muito do texto da Karla.
    Já tive algumas perdas na vida como, pai, mãe e irmã, e todas foram muito sofridas. Na hora, penso ser forte e depois me percebo muito frágil. É horrível a dor da perda, é uma saudade sem fim.
    Às vezes também me pego pensando em como seria se perdesse um filho. Não posso nem imaginar. Como a minha me disse quando meu irmão morreu: Uma mãe nunca deveria passar por isso.
    beijos

  • Norma Emiliano
    Responder

    Nessa nossa caminhada vão sendo pontuados os sofrimentos causados pela dor da perda dos entes queridos. Vamos somando em troca de experiência . No balanço das perdas e dos ganhos crescemos e amadurecemos, mas sem nos conformarmos com a certeza da morte. Estes são os alinhavos deste dia fértil que transforma esta parceria numa tela tecida por diversas mãos.
    Minha gratidão a você Ana Karla que se dipôs a penetrar em seu interior e compartilhar.
    Obrigado amigos, vocês alargam os passos desta roda com seus comentários.
    Na próxima quarta, 05/05, o relato será da querida amiga Rosélia.

  • Astrid Annabelle
    Responder

    Norma, eu passei a não usar a palavra perda, que é tão forte. Todos da minha família, mãe, pai, irmão avó, avô, marido, já saíram de cena…como em uma peça de teatro..mudam os personagens e o cenário…dessa maneira dói menos…é muito mais suave!
    Gostei muito do texto da Ana Karla.
    Um beijo grande para as duas.
    Astrid Annabelle

  • Rute
    Responder

    Já tive muito medo da morte, ao ponto de não conseguir soletrar a palavra sem sentir uma revolução dentro de mim, uma sensação de murro no estomago. Mas isso era quando criança.
    Hoje em dia, encaro com naturalidade a morte, dando valor a cada dia que vivo. Sou muito apegada à vida. Mas compreendo o aspecto finito deste plano, uma vez que passei a acreditar na vida para além…
    Assim entendo em relação a todas as outras pessoas. Até em relação à minha filha…
    Não quer dizer que no momento em que alguém próximo morrer, eu não vá ficar triste, saudosa, arrependida de não ter sido melhor amiga, melhor filha, melhor… mãe… porque nós gostamos de ter essas pessoas connosco e não longe dos olhos (porém sempre perto do coração).
    Beijinhos.
    Gostei muito do seu texto Ana Karla.
    Rute

  • Maria emilia Xavier
    Responder

    Perdas:descer do palco da vida… abandonar… terminar… acabar…
    Ana Karla definiu magistralmente quando colocou:”E assim vamos perdendo e ganhando crescimento, experiência”. Acho mesmo que é por isso que esse sentimento malvado existe.
    Parabéns Ana Karla, pela lucidez e a você Norma por nos fazer pensar e assim conseguir diminuir – quiçá exterminar – nossos assombros.
    Maria Emilia

  • Glorinha Leão
    Responder

    Oi Norma e Xerosa queridas cheguei bem atrasada, mas cheguei…adorei o texto da Ana Karla…ela fala do pior medo que toda mãe tem, o de perder seus filhos…muito bom o texto, parabéns às duas, beijos,

  • Roselia
    Responder

    Olá, queridas
    Só hoje estou a “saborear” a Série Perdas com calma… pois estive fora 20 dias…
    Perder um filho pra mim é (afirmo com categoria) a pior dor que existe (sem nunca tê-la passado)…
    Bjs às duas

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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