Família

O dia 15 de maio é considerado o Dia internacional das  famílias.

Esta é a minha participação na Roda de Interação, iniciada no dia 13/05 como forma de expressarmos nosso apreço pelas Famílias.

Dia.Internacional.da_.Fam_.lia_


Refletindo sobre Famílias

Como folhas de papel em branco lançadas ao vento, muitos encaram a vida sem a percepção dos jogos de forças existentes nesse processo.  Somos seres relacionais, constituímo-nos em família, influenciamos e somos influenciados.

De acordo com Minuchin (1980), “família e a sociedade se constituem reciprocamente, de forma que as mudanças ocorridas no mundo social afetam o  contexto familiar e são por este afetadas“.

Assim, em decorrência das transformações, hoje, o conceito de família ampliou-se. Embora ainda predomine a família, nuclear (pais e filhos), existem e crescem novas modalidades, predominando na base de sua formação não mais a obrigação, mas a relação amorosa.

A família constitui papel fundamental para a sociedade e para o desenvolvimento e manutenção da saúde e equilíbrio de seus membros, tendo em vista que influencia cada aspecto do desenvolvimento humano, bem como suas relações. É o espaço primordial na educação formal e informal.

A família de porta-retrato, sempre sorrisos, não existe. A sua composição é o ser humano com todas as suas complexidades e ambiguidades.  Portanto, nela coexistem conflitos e solidariedades, oposições e complementaridades.

Acontecimentos no decorrer do ciclo de vida familiar interferem no equilíbrio pessoal e familiar, surgem crises necessárias para ultrapassagem dos obstáculos que, muitas vezes, são mantidos pela homeostase (capacidade de adequação).

Na atualidade, a questão do equilíbrio entre o trabalho e a família tem sido fator de interesse de estudos, uma vez que o homem e a mulher encontram-se  igualmente no mercado de trabalho (inseguro e instável), dividindo-se na atenção aos filhos.

Por outro lado, autores apontam que a família não é mais uma unidade firmemente costurada, tendo em vista que a criança aprende através dos meios de comunicação (TV, Net, Cinema, etc,) como devem se comportar, obtendo um domínio precoce do mundo externo, tornando – se autossuficientes. (Lash, 1977)

Portanto, observa-se que o clima de insegurança e de instabilidade gerados pelo mercado de trabalho  associa-se  à “postura defensiva e hesitante dos pais em impor em seus padrões aos filhos”. (Lasch, 1977). Questões de hierarquia e controle surgem e, muitas vezes,  ficam velados na tentativa de evitar conflitos.  “A violência da calmaria, às vezes, é mais terrível que a travessia das tempestades” (Elisabeth Roudinesco). O enfrentamento das questões são possibilidades para alcançarmos um melhor estágio nas relações pais e filhos.

Norma Emiliano

Referência bibliográfica

– Lasch, C. (1977). Refúgio num mundo sem coração: a família, santuário ou instituição sitiada. São Paulo: Paz e Terra.

– Minuchin, S. (1980). Famílias, funcionamento e tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas.

Comments

  • Yasmine Lemos
    Responder

    Vim agradecer pelo convite na roda de interação, muito bom mesmo.Adorei a troca de pensamentos e visões.
    meu beijo

  • Lúcia Soares
    Responder

    “…“postura defensiva e hesitante dos pais em impor em seus padrões aos filhos”. (Lasch, 1977). ”
    “A violência da calmaria, às vezes, é mais terrível que a travessia das tempestades”.
    Estas duas frases, Norma, dizem tudo. Os pais não estão sabendo conduzir os filhos, vejo isso até nos meus filhos, mesmo assim, muito enraizados no que eu e o pai passamos para eles, mas a vida de hoje está IMPONDO uma nova visão, que está equivocada, nem precisa ser vidente pra entender que vai dar em algum desacerto, futuramente.
    Seja a família constituída como for, (como mostrei no meu post), o que não se pode é esquecer que o “pátrio poder” (exercido não necessariamante por um “pai”) tem que prevalecer, a criança se forma basicamente pelo carinho, atenção e amor.
    Gostei muito de participar, obrigada pelo convite.
    Beijo!

  • Roselia Bezerra
    Responder

    Querida
    Passei em quase todas as postagens e me deliciei com o Tema que me felicita o coração…
    Do seu post vou recortar o “costurada seguramente” com nó na ponta (completo ponto)…
    Sabe, os nós que prederam os “meus” pontos foram os dissabores mil… (tempestades)…
    Já vivi a violência da calmaria… e como dói!!!
    Bjm de paz

  • chica
    Responder

    Realmente mudou, houveram muitas transformações nas família. Linda tua participação. Aproveito pra agradecer mais essa oportunidade de refletir e participar nessa roda de amigos, juntinhos às tuas bela idéias.

    beijos,lindo fds!chica

  • Anne Lieri
    Responder

    Norma,passando para reler sua bela participação e agradecer sua visita!bjs e boa sexta!

  • Calu
    Responder

    Apesar de todas as mudanças acontecidas, a família será sempre o umbigo-social, nutritivo e formador.Está no centro e nas bordas dos movimentos que mudaram a face da sociedade patriarcal, influenciando e sendo influenciada, como vc apontou.E, são estas novas faces da família que aí estão a impor reestruturas, visões e papéis, antes tão marcados.
    Prefiro que os conflitos estejam à mesa do que os silêncios ferozes.
    Agradeço à vc, Norma, o convite em participar desta Roda Interativa que expande os olhares, os anseios, as perspectivas juntando-nos numa circularidade proveitosa.
    Obrigada,
    Bjos,
    Calu

  • Celêdian
    Responder

    Olá, Norma!

    Primeiro quero parabenizar-lhe pela iniciativa dessa roda de interação e pela escolha do tema de extrema relevância. Segundo, agradecer-lhe pelo convite de participação e também desculpar-me por não tê-la comunicado com antecedência, sobre o dia da minha postagem, bem como ainda não ter visitado os blogs dos outros participantes. Não o fiz antes, devido a atropelos do tempo em função de minhas atividades profissionais. Acabei de postar, com prazer, um poema simples, mas que traduz o meu pensamento sobre o valor da família.

    Sobre seu texto, muito bem fundamentado, a reflexão que se propõe é o quanto e como a família vem se (d)estruturando, em tempos nos quais outros valores vão substituindo as necessidades das pessoas. Contudo, salta-me aos olhos que a despeito de todas as mudanças que vem ocorrendo na estrutura familiar, as pessoas vêm se tornando cada vez mais, parte de grupos maiores (vide as redes sociais) em detrimento dos pequenos grupos familiares e se tornando, contraditoriamente, mais individualistas e também mais solitários. Creio que a família vem deixando aos poucos (salvo excessões) de suprir as necessidades afetivas de seus membros e deixando-os mais à mercê dos sentimentos que eles passam a conhecer a partir de suas experiências diárias. Se por um lado isso dá mais autonomia ao sujeito para construir e gerir as suas emoções, por outro o desestabiliza e ele fica sem saber bem como lidar com o que se apresenta de novo. Enfim, o que quero ressaltar sobre as minhas observações, é que a família é exatamente o vínculo fundamental que o sujeito precisa para posicionar-se diante da vida.

    Um grande abraço, Norma e obrigada pelo que nos proporcionou.
    Celêdian Assis

  • Toninho
    Responder

    Claro, que já estava curioso para ler sua participação como a final,pois bem sei de seus estudos e trabalho, que lhe faz proxima das relações onde a familia é um divisor de aguas.Foi perfeita como sempre, e inseriu muito bem a questão da adequação,bem como a reflexão sobre as interferencias externas.Assim como esta mudança no seio familiar,onde mãe é pai e pai é mãe, onde a mãe busca o trabalho e ainda ali, a educação referencia na mãe,apesar de todas as modalidades de informação/educação.
    Parabens Norma por mais esta brilhante idéia, que reuniu ainda mais amigos para uma rodada de sentimentos.
    Como li de voce sobre desmembramento, creio que que voce saberá provocar os pensamentos e como diria nossa querida Chica, Vamos que vamos juntos e trocando ideias,para uma vida melhor e mais leve.
    Meu carinhoso abraço com minha admiração.
    E que Deus abençoe nossas familias.
    Belo fim de semana amiga com paz e alegria.
    Bjo.

  • Denise
    Responder

    Norma, parabenizo vc pela brilhante ideia e fico feliz ao ver aumentar os participantes, e, embora não tenha desta vez podido aceitar teu convite, o tema me “obrigou” a visitar todos os participantes conforme vc me avisava, finalizando hj com a Nina, e pude perceber que, somados, os aspectos abordados compuseram uma rede que integrou relevantes questões trazidas por todos – desde a história da família que nos trouxe a Rute, aos ciclos da vida presentes em relatos pessoais, à importância do diálogo e a visão positiva das crises que ocorrem, a mudança na estrutura e na dinâmica familiar, a necessidade de não deixarmos de priorizar o que tem valor e preservar a harmonia apesar das diferenças. A família como porto seguro e fonte de afeto e laços indissolúveis, e um ponto importante que a Nina abordou, sobre as diferenças inerentes à natureza humana, ao gênero, e o quanto o afeto não se restringe ao laço sangüíneo, e este, não garante afinidades nem obriga a uma relação estreita, embora haja muito amor envolvido!
    O emaranhado das relações ficaram visíveis na construção dessa teia da vida, como sugere Capra…lendo a todos, senti que “família é tudo igual, só muda de endereço”…rsrs
    E não resta dúvida de que teu texto fecha o tema, sendo a família o fundamental papel do desenvolvimento e manutenção da saúde e equilíbrio de seus membros, da sociedade em que vivemos.
    Tua ideia maravilhosa rendeu este precioso “tratado” da família!
    Meus cumprimentos a vc e aos participantes, a gente enriquece com esta troca linda!!

    Ótimo fds a todos, abraço carinhoso!
    Denise

  • Beth Q.
    Responder

    Norma,
    Você fechou com chave de ouro sua participação nesta blogagem coletiva que orquestrou. parabéns!
    Adorei participar e ler textos tão bons e reflexivos.
    bjs cariocas

  • Valéria
    Responder

    Oi Norma!
    Excelente reflexão! Sua iniciativa como sempre muito interessante e cada vez mais motivando-nos a falar e compartilhar belos escritos inspirados em sentimentos tão positivos. Adorei participar e mesmo de longe procurei visitar os amigos participantes.
    Beijinhos e um ótimo domingo!

  • luma rosa
    Responder

    A grande evolução é que, a família como instituição passou a ser vista como “laço afetivo de convivência” e isso é detectável na angústia do indivíduo contemporâneo que anseia por encontrar o seu par, mesmo que não venha a ter convivência debaixo do mesmo teto. Sim, temos famílias que vivem em tetos diferentes. A família reconquistou um peso no afeto que tinha se desvalorizado no início dos processos de divórcios. Que ela continue evoluindo e fazendo aumentar a afetividade entre as pessoas.
    Norma, dois dos links que disponibilizou na postagem com os links dos participantes estão completando, mas os blogues estão vazios.
    http://entremaefilha.blogspot.com.br/
    http://passaredo.blogspot.com.br/

  • Lisette Feijo
    Responder

    Famlía é a base de uma vida, beijo Lisette.

  • Nina
    Responder

    Agradeco Norma, o convite, bacana como sempre,ver as participacoes nesse assunto cheio de amores e contraversas.

    “A violencia da calmaria”.. uau, isso foi uma coisa mt forte de ler…

  • Mariana Culler
    Responder

    Muito bom o texto querida!
    Família, independente de como seja, é sempre essencial! =D
    Fiquei agora lembrando de uma palestra que haverá em São Paulo, no dia 30 de maio, justamente sobre as mudanças e a importância da família na nossa vida. Estarei lá, e recomendo, caso alguém se interesse também, tem mais informações aqui:
    http://processohoffman.com.br/eventos/pais-e-filhos-mais-facil-do-que-parece/
    Beijos!

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

%d blogueiros gostam disto: