Dança relacional

dança rel

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A chegada do primeiro filho traz para o casal mudanças significativas, não só na rotina cotidiana, mas de papéis, que vão fazer ressurgir emoções, muitas delas inconscientes. Nesta etapa, quando o casal passa a desempenhar a função paterna, os modelos familiares vêm à tona e, algumas vezes, confundem trazendo sentimentos incompreensíveis como por exemplo: sentimento de culpa, na maioria das vezes, na mulher e de rejeição, no homem.

Vivemos um momento de profundas transformações sociais, no qual a mulher vem ocupando novos espaços e alcançando, no plano sexual, uma maior liberdade. Contudo, ainda, enfrentamos nos consultórios os dilemas conjugais, nos quais no cerne do distanciamento e conflito conjugal detecta-se a dificuldade de reorganização do casal para lidar com esta etapa de vida da família ( nascimento dos filhos).

O nascimento de um filho requer mudanças na organização familiar para as quais um ou ambos os cônjuges podem estar despreparados. As exigências de um bebê requer funções diferenciadas dos cônjuges e o tempo que o casal passa junto se restringe. Nesse processo, na maioria das vezes, perdem de vista o relacionamento íntimo e só compartilham a função paterna.

O filho precisa ser acolhido, sentir-se pertencente, ser protegido mas, também, ser encorajado a se desenvolver e isto está diretamente ligado à forma como o casal administra sua relação, seu vínculo amoroso e sexual. Assim sendo, é inevitável o conflito se os pais não conseguem desfrutar da companhia um do outro sem os filhos.
Normalmente, encontramos alianças entre pais e filhos, por exemplo: mãe aliançada a filha e/ou pai aliançado ao filho, que podem vir a se transformar em um verdadeiro campo de batalha, no qual temos como produto final prejuízo para todos os envolvidos.

Neste sentido, tanto a relação conjugal como a entre pais e filhos dependem de como foram vivenciadas, interpretadas e elaborados os conflitos por cada um dos membros. As histórias familiares, os modelos dos subsistemas (conjugal, paterno, fraterno) influenciam no modo como os parceiros adaptam- se às novas situações. Portanto, de acordo com Bowen “o maior laboratório é a casa dos pais”. Uma visão objetiva das forças que nos moldam ajuda a nos libertarmos de expressá-las inconscientemente.
Norma

Comments

  • Sonia Beth
    Responder

    Noma, ontem estive em um Grupo de Apoio à Adoção e com os depoimentos de pais adotivos ficou muito interessante observar essa reorganização (familiar e pessoal) na chegada de um filho .

    Norma estou em um novo blog :
    http://soniabeth.blogspot.com/

    Passe por lá para tomar um café.

    abs

  • Sonia Beth
    Responder

    Alterei o endereço do blog

  • Norma Emiliano
    Responder

    É Sonia, não importa se a família é adotiva ou não. A questão dos papés e as tarefas que demandam, além das interferências dos lemas familiares no inconsciente de cada um da parceria, acarretam nesta etapa do ciclo vital uma atenção maior. A entrada do primeiro filho cria um triângulo. Se as alianças não forem flexíveis chega-se a uma crise entre o casal.
    abs
    NE

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