Você pergunta – 7

Eu respondo

Este post faz parte de um projeto, assim sendo os  dados necessários para  a compreensão do problema me foram fornecidos  pela pessoa responsável pela pergunta, portanto dirijo-me a esta pessoa, mas de forma a trazer reflexão para outras pessoas que se interessarem em ler.

Cada pessoa é única em suas vivências, sentimentos e percepções. Assim sendo, as respostas fornecidas a cada questão são contextualizadas, não se aplicando  necessariamente a todos a todos os casos.

 

 O que podemos fazer se quase fomos proibidos de ver nossa neta?

 

De acordo com os dados fornecidos identifiquei alguns fatores significativos da questão.

 

– dificuldades na transição de etapas do ciclo de vida familiar ( Filhos adultos).
– falta de fronteiras familiares  (limites entre familia nuclear e de origem).
– disputa de famílias.
– mágoas e conflitos entre genro e sogros.
– netos como sentido de vida.

Essas dificuldades são resultados da forma como ocorrem as interações familiares (como os pais lidam com filhos e como filhos lidam com os pais),  como cada um lida consigo mesmo (individuação) e como o casal de meia idade lida com sua relação. Essas influenciam as relações familiares após os casamentos dos filhos e principalmente após o nascimento da quarta geração.

Essas dificuldades para serem transpostas requerem a compreensão dos envolvidos e mudanças nas atitudes. Assim sendo, faço algumas explicações sobre os fatores citados.
 

As relações de avós e netos têm em sua base a transformação do casal em família nuclear com o nascimento do primeiro filho.

Quando duas pessoas se unem, por casamento ou não, há a ilusão de que ocorrerá a união de duas famílias. No entanto, as famílias não se fundem, pois cada uma tem sua própria árvore genealógico, ou seja, cada uma tem seus valores, regras, expectativas, comportamentos,  legados, entre outros. Portanto,  no casal cada parceiro é representante de sua família e vai precisar encontrar formas de criar suas próprias regras e ideais. Isso significa estabelecer fronteiras com as respectivas famílias de origem (pais, irmãos,tios).

O nascimento da criança denuncia as dificuldades  que o casal possa ter em estabelcer seu próprio núcleo. A independência financeira e emocional são fatotres cruciais nessa construção.

A inauguração da família nuclear traz mudanças nos papéis e na emoção de todos os membros familiares.

A adaptação às exigências da nova situação depende, sobretudo, da complementaridade de papéis entre os genitores, no nível das interações e nas relações familiares mais amplas, incluindo a divisão de tarefas domésticas. O envolvimento paterno é fundamental

Avós desempenham papel extremanente significativo no ciclo de vida familiar, mas exige limites  para que não ocorra disputas,  conflitos e mágoas .Os avós na família brasileira  são considerados fontes importantes de apoio. No entanto, os netos não podem significar o sentido de vida dos avós.

Avós não têm o dever de educar apenas usufruir do convívio dos netos. Os filhos precisam entender a diferença entre a relação de pais e filhos e avós e netos para não exigirem mais do que eles podem  fazer. É importante que não lhes sejam delegadas as funções de pais.

É essencial que cada um saiba seu lugar: pais são os principais responsáveis pela educação; os avós são colaboradores, distribuidores de afeto e compreensão.  A autoridade dos pais não  podem der subestimadas.

O jogo de poder entre pais e avós é nocivo a todos. É útil que não aja invasão das famílias de origem,   bem como  entendam  que a família fundada pelos filhos,  genros e noras é diferente da que elas fundaram.  Desta forma, torna-se possível  o convívio  amoroso  e solidário  entre as famílias.

O nascimento da quarta geração conduz a um novo estado no relacionar-se” .  MacGoldrick

Norma Emiliano

Comments

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    Mesmo sendo específicas as respostas a gente acaba se vendo em muitas situações muito bem postas aqui por você, Norma. Uma família e seus desdobramentos em várias gera tanto harmonias novas como conflitos novos também. O importante, como você deixou claro, é cada um saber reconhecer e respeitar os devidos limites. Uma ótima semana. paz e bem.

  • chica
    Responder

    Tema muito complexo esse e essas relações devem ficar muito bem definidas…

    Cada um saber o seu lugar no quadro…Há como eu avós-mães e aí a coisa á diferente. Temos todas as responsabilidades, financeiras, afetivas e tudo mais que envolva.Por vezes, complicado, mas dá certo,tendo amor e carinho…beijios,linda semana,chica

  • C.
    Responder

    Que boa resposta Norma! Esse discernimento é primordial, nao é? Infelizmente é encarado como uma salada mista nas famílias, motivo esse de muitas brigas desnecessárias…

    Beijinhos e boa semana!

  • Tati
    Responder

    Oi Norma, muito bom. Não vimos a pergunta, mas tenho certeza que todos entendemos a resposta. Estas confusões em família são bem comuns, não é? Uma vez escrevi um texto (entre pais e filhos) em resposta a uma destas confusões. Invasões de avós nas determinações de pais não dá, né? E filho que acha que os pais são responsáveis por seus filhos, muito menos!
    Adorei a resposta. Sempre nos acrescenta um pouquinho.
    Beijos.

  • Denise
    Responder

    Fronteiras difusas permitem o conflito, ao mesmo tempo que estabelecer fronteiras com rigidez gera igualmente resultados indesejáveis, Flexibilizar é uma arte de ambas as partes, por isso esse tema costuma trazer implicações e nós que podem ser desfeitos mediante o entendimento dos papéis e funções.
    Também não é incomum avós confundirem vitalidade e sentido novo de vida com a chegada dos netos, ameaçando a convivência com o novo núcleo familiar, interferindo na educação e ultrapassando os limites de suas “atribuições.”

    Muito bem posto Norma, como sempre.
    Grande abraço!

  • Zélia Guardiano
    Responder

    Fiquei encantada com sua forma direta, objetiva, de abordar o assunto.
    Eu, que ainda não tenho netos, não obastante serem casados os meus três filhos, instruí-me para o futuro.
    Sendo terríveis os conflitos que tenho visto nas relações familiares de conhecidos e amigos, depois da chegada dos netos, interessei-me demais pelo seu post!
    Grata, amiga!
    Abraço bem forte.

  • Toninhobira
    Responder

    Não se importa a origem, mas a beleza de reflexão,orientação para uma situação delicada e tão comum. Eu mesmo estou vivenciando uma situação semelhante. Assim é preciso mesmo e urgente que se entenda o espaço e direitos, bem como os prazeres. Bela postagem Norma, bela a nova imagem,parabens.
    Sempre com admiração.
    Meu terno abraço de paz.
    Bju.

  • Beth Q.
    Responder

    Muito boas suas respostas nestas questões, amiga Norma.
    Todos nós temos estas pequenas confusões em família e se não lermos, conversarmos, tentarmos entender tudo isso com carinho, as relações se complicam e às vezes acontecem afastamentos e estremecimentos. O que não é bom, todos gostamos de viver em paz e harmonia, principalmente com a família.
    bjs cariocas

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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