Rosélia- A criança que eu fui

 

Estamos na sexta semana desta Série   e , hoje,  vamos acompanhar os percursos da infância da nossa querida amiga Rosélia  do blogespiritual-idade.

 

Em todo adulto espreita uma criança – uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita, atenção e educação incessantes. ”  Carl G. Jung

 

Roselia[1]

 

Hoje vou tirar a minha criança do fundo das prateleiras…
Fui uma criança cativante… solta… voava.. sonhava alto… me perdia nos castelos dos livros infantis… era a princesa dos contos de fada… gostava de musica… sentia saudades…

Quando criança, me recordo muito bem de que brinquei demais de pique… boneca, casinha, de professora… do ” cravo brigou com a rosa”… de passar anel… de cantigas de roda… com meus primos e irmãos…

Ai que saudade!

Em minha casa tinha quintal grande, dois lotes, pé de goiaba… jardim, coqueiros diversos… e outros… O lugar era interiorano e sem problemas de violência de espécie alguma…

Tive  minhas bonecas, adorava jogar, podia conversar com os primos de diversas idades… os tios perto sempre…

Cada vestidinho lindo eu usava… até hoje me sinto muito melhor de vestido ou saia… Creio que é reflexo de criança… os laçarotes nos cabelos encaracolados, muito bem penteados…

 As minhas brincadeiras eram coletivas, grandes rodas e mil peripécias. Brincávamos de adultos… de faz de conta. Mas permanecíamos crianças… muito legal!

Lia muitos livros de histórias dados pelo meu padrinho, me envolvia tanto com os personagens que até hoje gosto muito de ler e escrever e de viver mil sonhos na realidade.  Nada me amargurou a vida terminantemente… aqueles livros infantis se tornaram para mim uma lição de vida,  fantásticos!

Aprendi que brincar é coisa séria… não é simples diversão… ajudou a construir-me…

Gostava muito de comer mingau de todos os tipos,  mas o  preferido era o de fubá de milho…
Quando chegavam as férias ia para o interior com a família.  A roça sempre me fascinou… a vida calma… mais calma ainda do que onde morava… também um pouco zona rural… brincava com as plantinhas quando ia pra casa da sua avó Celina…

Também ficava triste…
Reconheço que era  pura demais… inocente como uma flor…
Até meus oito anos, quando da  primeira comunhão aconteceu, era totalmente ingênua…
Ah! Tempo perdido… longínquo… de fantasia!!!

Tive muito medo de trovoadas, relâmpagos… raios…
Como gostava de sentir o cheirinho de terra molhada da chuva que caía no quintal!!!
Ficava encantada com  o céu… contava carneirinho, me extasiava vendo as Três Marias… a constelação Cruzeiro do Sul..

Adorava ir à praia com  minha família…
Não era birrenta… mas ficava amuadinha que só!!! Quando a mãe me batia por causa das travessuras dos meus irmãos… todos tinham que apanhar mesmo que eu  não fizesse nada… ficava muito tristonha… no cantinho quieta… com muito medo…
Quando me vesti de noivinha para a  primeira comunhão (AOS 8 ANINHOS) foi o meu melhor momento da primeira infância… Me senti a menina mais feliz do mundo…

Aos nove,  gritava quando percebia “roubo” nos jogos infantis em grupo  na roça no ES quando lá ia, com minha família, de férias: Mas que roubalheira!” exclamava indignada… quando cresci aprendi que sinto atração pelos injustiçados… e me  movo para eles… e por eles… por questão de temperamento.

Fui muito exigida no bom comportamento, mas é a vida!!!

Mas tive motivos de sobra para aprender a conviver com conflitos e dores… Ainda bem!

Estudei muito e nem por isso, na minha infância, deixei de ter tempo de ser criança e tive tempo para brincar…

Fui criança!!!

Será que ainda não o sou???

Apenas cresci… ainda bem que a minha criança não morreu em mim…

“Minha criança adivinhou em seus sonhos o adulto que eu queria ser. E traz alegria e esperanças à minha idade atual.

Hoje sou, há muito tempo, o adulto que sonhei ser.

Talvez com menos tensões, mas igualzinho  em meu modo de amar a vida.”

Artur da Távola

Esse é um pouquinho do muito que  vivi na infância…… depois cresci mais um pouquinho e aí a  minha  vida mudou…

“É MUITO TAGARELA E TEIMOSA, MAS NO FUNDO É UMA BOA PESSOA”.
(Exupèry) 

 Rosélia Bezerra

A perfeição não existe, todos temos questões  inconscientes que não foram resolvidas.   É no resgate  da nossa  criança interior que vamos encontrar uma das maiores fontes de alegria e de prazer.  Nela  estão depositados  a nossa criatividade e o símbolo da transformação.

Obrigada querida amiga  Rosélia por nos permitir conhecer o processo da construção da sua criança interior.

Norma

Comments

  • ELIANA
    Responder

    Apenas cresci… ainda bem que a minha criança não morreu em mim…

    ADOREI ESSA FRASE DA ROSÉLIA, VIR AQUI LER SOBRE A INFÂNCIA DAS PESSOAS É MUITO BOM!
    PARABÉNS PELA IDÉIA!
    BEIJO

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    Que maravilha! Um prazer em conhecer um pouco da infância da Rosélia. Parabéns a você também, Norma, pela iniciativa tão integradora! Abraços. Paz e bem.

  • Thayla
    Responder

    Adorei saber sobre a infância da Rosélia. As brincadeiras que ela citou sõa as mesmas que eu brincava também. Já nem me lembrava mais, nossa muito bom lembrar de novo. Que saudade! É muito bom crescer mas mesmo assim manter nossa criança interior bem viva!

  • chica
    Responder

    Como é boa essa oportunidade que nos dás de saber mais e mais de nossas amigas.

    Adorei ver a Rosélia por aqui e saber de suas aprontações de criança.
    Beijos às duas, tuuuuuuuuuuudo de bom,chica

  • Gina
    Responder

    Norma,
    Muito legal ver o relato da minha irmã por aqui. Como sua infância é também a minha, pude lembrar com carinho desses momentos.
    Nossa mãe era muito caprichosa com os laços que nos colocava e os vestidinhos eram feitos por ela, sempre iguais para nós duas, parecíamos gêmeas…rs! Até a nossa primeira comunhão foi em conjunto, eu com 7, ela com 8.
    A infância foi muito legal, com uma liberdade que hoje já não é a mesma, mas não gosto de viver no passado, lamentando o presente. Cada etapa da vida tem seus encantos.
    Muito boa ideia a sua de promover essa série!
    Bjs.

  • Glorinha Leão
    Responder

    Oi Norma, é muito legal ler os relatos e ver a ideia que as pessoas fazem de si mesmas. Interessante como as lembranças da infância marcam a todos nós. Essa série que vc está fazendo e sua posterior análise “soft” do relatos está sendo encantadora. A infância da Rosélia é a infância sonhada por todos nós de cidade grande, não é? Deve ter sido muito bom ser criança na roça..Mas, no fim, acho que todos nós, fomos crianças e tivemos infâncias parecidas e lá, fomos felizes. beijos às duas.

  • Élys
    Responder

    Como é bom relembrar a nossa infancia!…
    Realmente, sentir que ainda existe dentro de nós um pouco d’aquela criança, é muito bom. Gostei de ler este relato da Rosélia.
    Norma, estes relatos, são muito interessantes.
    Um abraço,
    Élys

  • She
    Responder

    Oi Norma, adorei! Beijo, beijo! She 😉

  • orvalho
    Responder

    Olá, minha querida amiga
    Acabei de chegar da roça e, como falei pra vc, vim correndo aqui… só não deu pra avisar às amigas como vc me sugeriu, tá?
    Mas fico muito feliz porque vc caprichou e me fez ser mais feliz com seu carinho.
    Sua série é “fora de “série”… (pra descontrair um pouquinho)…
    Seja abençoada e resgate também sempre sua criança interior… Ela nos deixa como somos na origem da essência do nosso ser, vc sabe muito bem disso, querida…
    Tenha uma semana com paz e amor!!!
    Bjm
    P.S. Deixo um abração carinhoso para todos os que comentarem aqui hoje… Faço extensivo a vocês os votos que desejei pra Norma…

  • Toninhobira
    Responder

    Linda esta crença de estar viva a criança que fomos, que somos. É preciso ter esta criança sempre por perto para nos deixar mais leves e nos socorrer quando os adultos falharem.Linda historia de vida e fé. Um abraço de paz.

  • Beth Q.
    Responder

    A Rosélia lembrou bem de sua infância feliz e que coisa boa!
    um grande abraço carioca para ela e você Norma.

  • Norma Emiliano
    Responder

    Rosélia querida

    Mais uma vez lhe agradeço por participar desta minha proposta. Neste caminhar das histórias vamos reconheçendo a importância do ser criança e de mantê-la em nosso interior como fonte de alegria.
    Agradeço a vocês que aqui estiveram.
    Aguardo a todos em 22/11 com o relato da amiga Glorinha.

  • Regina Laura
    Responder

    Norma, que delícia essa iniciativa. Adorei conhecer um pouco mais da Rosélia.
    Me identifiquei com muitas passagens da infância dela.
    Boas lembranças…
    Beijo grande

  • Luma
    Responder

    Grande exercício olhar para o passado e ver a criança que fomos – é como assistir um filme exclusivo!! 😀 Gostei do relato da Rosélia, mas principalmente da lembrança do “Mingau de fubá de milho”, talvez porque também me lembre de um certo mingau… boa semana! Beijus,

  • Astrid Annabelle
    Responder

    Eu gostei muito de conhecer a criança Rosélia!
    Norma, muito interessante mesmo essa sua proposta para cada um revelar sua criança interna.
    Gostei muito. Tenho acompanhado todos os relatos.
    Belo exercício que nos atinge em cheio.
    Um beijo grande para as duas.
    Astrid Annabelle

  • Alexandre Mauj Imamura
    Responder

    A infância dela só podia ter sido assim mesmo, especial e gostosa. Por isso ela é aquele ser humano especial, que planta é muita bondade por onde passa.
    Sou fã da Rosélia, adoro aquela moça.

    infância boa que gerou um adulto maravilhoso
    bjs querida Norma!

  • Gina
    Responder

    Norma,
    Desde que vi essa série, já copiei o “selinho” do evento, pensando em participar. Agora, estou mais animada a aderir.
    Vou mandar para o seu e-mail, ok?
    Bjs.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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