Poetando com
Naldo Velho
Na semana passada, no círculo de Biblioterapia, conheci este brasileiro, niteroiense. com formação na área de administração, que após se aposentar dedicou-se inteiramente à sua realização como artista ( poeta, músico e artista plástico).
Através da degustação de alguns dos seus livros, A Dança do Tempo, Asas que tenho por dentro e Poemas de Luz e Sombras, me encantei. Foi um círculo vivificante deste poeta que faleceu este ano.
Selecionei um dos seus poemas para compartilhar.
Quando criança
Quando criança
uma pequena fonte me sorria
Do fundo do meu quintal e eu sabia;
pequena mesmo,
pouco mais que um olho d”agua,
e ainda assim ela sorria.
e brotava cristalina
do meio daquelas pedras,
e ao lado dela ao anoitecer
eu via seres pirilampos,
pequeninas luas que um dia
seriam cheias lá no céu.
*
E daquela pequena fonte eu bebia
águas que sorriam
toda a vez que eu dizia
do amor que eu sentia,
e aí mais sede, e dava e eu também sorria.
*
No fundo daquele quintal
uma pequenina fonte e só eu via.
*
Acho que criança ainda
eu já gostava de poesia,
só que ainda não sabia.
Do livro Poemas de Luz e Sombras (2016)
E um fragmento da prosa Preciso quebrar o silêncio (pg. 116)
Preciso quebrar o silencio, libertar o verbo aprisionado em mim. Desentranhar sentimentos, materializar substantivos, enfatizar adjetivos, construir uma oração onde o tempo seja o eterno recomeçar .
(…) Preciso comer certas sementes, deixar que elas germinem e, no tempo certo, floresçam livremente dentro de mim.
Pode encontrar mais em :
https://www.recantodasletras.com.br/biografias/
http://poemaspoesiasnaldovelho.blogspot.com/
Grata por sua visita
Norma Emiliano
Comments
Roselia Bezerra
Boa tarde de paz, querida amiga Norma!
Emocionada ao ler esta poesia.
Eu ja Gostava de poesia e nao sabía.( desde crianca)… Achei o final uma perola.
Lembrei-me da fase onde se sonha acordada e se imagina o mundo cor de Rosa.
Obrigada por Tao bela partilha, querida.
Que Deus o tenha junto aos poetas do paraíso!
Tenha dias abencoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
toninhobira
Que beleza de fundo de quintal Norma.
Lendo eu vi a pequena fonte da casa de minha vó, que escrevi em poemas, pois era puro encantamento na minha infância, aquela água fraquinha descendo o rego sob as arvores e desaguando numa bica de bambu na porta cozinha e jorrava sem parar, sem torneira para fechar.
Bela partilha deste poeta, que já li pelo Recanto onde era muito ativo antes de ficar mais ao blog.
Grato amiga.
Poetizar é mesmo um reviver.
Boa semana linda.
Beijo.
chica
Adorei,Norma.Foi muito bom conhecer ! Belíssima poesia que tanto fala a cada um de nós ! Simples e tão bela! bjs, chica
Calu
Partilho o mesmo encantamento pelo autor, Norma.
Sua obra foi uma revelação arrebatadora. Revisitarei-a mais e mais vezes.
Um grande abraço, amiga.
Calu
Ailime
Boa tarde Norma,
Tão belo e cristalino este poema. Límpido como a água pura da fonte!
Adorei conhecer também este poeta que me maravilhou.
Um beijinho.
Ailime