Paternidade

Como o homem tem se adaptado as novas demandas referentes ao ser pai?

Vivemos numa sociedade complexa, caracterizada pela diversidade quanto as suas formas de relações. Há uma pluralidade de configurações familiares ( divorciadas, uniparentais, recasadas, adotivas, uniões homossexuais, produções independentes, entre outras) e transformações dos papeis de homens e mulheres.

Na atualidade, ainda, coexistem elementos que mantêm uma estrutura mais tradicional, tendo o homem como o principal provedor e a mulher como a principal responsável pelos cuidados com a casa e os filhos, e outros que solicitam maior inclusão e participação do homem na vida privada e familiar. Neste sentido, o movimento feminista foi determinante nestas mudanças, pois de acordo com recentes estatísticas, hoje, as mulheres já constituem mais de 45% da população econômica ativa do país. Com isto, surgem novas demandas do papel masculino.

O novo padrão do homem, mais participante na vida afetiva e familiar, dividindo tarefas com a mulher, surge como uma das transformações significativas nas relações parentais atuais.

A forma de pensar e agir do ser humano liga-se a uma estrutura socio-histórica e cultural de cada sociedade e, portanto, permeia a vida das pessoas e, consequentemente, sobre o agir e pensar sobre a paternidade.

O processo transgeracional familiar se expressa na concepção de mundo de cada sujeito, ficando a liberdade de escolha atrelada às relações familiares que são marcadas por crenças, valores, mitos, normas visíveis e invisíveis. Daí surgem as dificuldade de se romper com os papéis instituídos socialmente e historicamente, gerando ansiedade e angústia.

É fato que coexistem o mito do amor incondicional materno e, por outro lado, a concepção de que a mulher é instintiva e naturalmente mais preparada para cuidar dos filhos, sendo o cuidado masculino dispensável o que acarreta a desresponsabilização paterna em relação aos cuidados com o filho.

Tudo é muito contraditório, pois a educação dos meninos não sofreu significativas mudanças, virilidade e força são estimuladas. Inclusive, os modelos legais fazem a manutenção do modelo tradicional de parentalidade, dando primazia à mulher no cuidado e proteção dos filhos. De outra maneira, frequentemente, os homens ainda se sentem menos capacitados que as mulheres para cuidarem sozinho dos filhos.

Enfim é um momento de construção, é necessário que se tenha consciência das inter-relações e interdependências que envolvem este processo, e que as mulheres abram espaço para a forma mais íntima e humanizada de ser pai.

Comments

  • josé cláudio – Cacá
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    Lentamente vamos chegar a um bom termo. Até mesmo por necessidades materiais, mais do que pelas consciências modificadas, num primeiro momento. Mas creio que chegaremos lá. Eu já me sinto um pouco à frente. Já fui “pãe” (pelo menos de minha filha mais velha). Um abração, Norma. paz e bem.

  • Ana Karla – Misturação Misturão
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    Oi Norma, passei pra dar uma ar da minha graça, mas volto com mais calma.

    Xerossss

  • Sibele
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    Oi,Flor!Sabe que um dia li um texto da Martha Medeiros e esses dias estava comentando com uns amigos, como é diferente a educação dada a menina da educação dado ao menino, a menina desde muito cedo aprende a ser mãe tem que cuidar as bonecas, alimentá-las e o menino não só joga bola e se diverte,as responsabilidades e valores passados são totalmente distintos.
    Beijos

  • Nilce
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    Já fui pai e mãe dos meus filhos por mais de 10 anos.
    A família ainda é a célula da humanidade, mas sofreu alterações.
    Os papéis instituídos pela sociedade vão se modificando e hoje há pais mais mães, e mães mais pais nesta nova concepção.

    Bjs no coração!

    Nilce

  • Meri Pellens
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    Pai, mãe… cada qual seu papel, e às vezes um cumprindo o papel de ambos.
    Beijos na alma, querida.

  • Zélia Guardiano
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    Belíssimo post!
    Belíssimo e importante!
    “Pai e mãe, ouro de mina”…
    Grande abraço!

  • Beth Q.
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    Norma,
    Também vejo que hoje os papéis são misturados, mas vejo com bons olhos, pois afinal a mulher se deu muito mais, inclusive para o trabalho do lado de fora, nada mais justo então que tenha ajuda do ‘lado de dentro’ também.
    Algumas amigas minhas que trabalham fora até hoje, têm no marido uma força especial para cuidar de seus filhos e acho isto muito bacana.
    bjs cariocas

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