Passagem do tempo

 

O cuidar de si mesmo envolve um olhar ampliado sobre o corpo e a mente. Aos 62 anos, fazendo uma rertrospectiva, observo que, normalmente,  tive a preocupação de  me manter  com boa aparência e vigor. Utilizei-me de tratamentos rotineiros com a pele e com a saúde física e mental.  Enfim,  mantive um estilo de vida que me favorecesse alcançar esses objetivos.

Assim, pensando na passagem do tempo, nas marcas que adquiri e no desejo de compartilhar, neste espaço,  trouxe um poema que recebi por e-mail e que considerei próprio, pois me identifiquei em alguns aspectos  assinalados  em vermelho.

 

RUGAS IRRETOCÁVEIS

 

Tenho cabelos claros, pintados,
para esconder os fios brancos.

Não me recordo exatamente em que ano eles
começaram a branquear…

Tenho algumas rugas em volta dos olhos,
mas também não me recordo
quando elas começaram a aparecer
.

Tento disfarçá-las,
são tantas novidades no campo da dermatologia,
achei por bem aproveitá-las.

Do corpo, quase não cuido,
só recentemente entrei para uma academia por ordem médica.
Ele me disse que na minha idade preciso de exercícios…
Mas falto mais do que vou, não gosto de fazer ginástica.

Das minhas unhas cuido semanalmente,
penso que elas são um cartão de visita.
Unhas maltratadas
causam uma péssima impressão!

De uns dez anos pra cá descobri os cremes
e aí compro um aqui, outro ali
e no final não uso nenhum.

Porém, só de olhá-los na prateleira,
percebo que as rugas se retraem.

Mantenho a Vaidade,
mas não em excesso,
penso que sou na medida certa para uma mulher.

Enfim, os anos passam e as marcas que eles deixam em nós,
não temos como conter.
Nem pretendo isso!

Penso que cada marca, que meu corpo carrega,
tem uma linda história.

Às vezes me pego na frente do espelho,
Vejo uma nova pequena ruga,
E já me coloco a calcular o que a causou.

Depois reencontro com outra
que já está vincada há anos
e me recordo quando ela apareceu.

Poderia enumerar também a história
de cada fio de cabelo branco.

Foram filhos, amores, marido, amigos…
que colocaram eles ali.

Não quero me desfazer de nenhuma dessas marcas,
apenas amenizá-las,

Mereço isso. A vida me deve isso.

Hoje a parte que merece mais a minha atenção,
tem sido a cabeça.

Tento, todos os dias, colocá-la no lugar,
equilibrá-la, alimentá-la com sonhos e alegrias.

Corpo e mente caminham juntos.

Se um estiver em estado lastimável,
o outro provavelmente vai se deteriorar.

Não escondo minha idade.
Não adiantaria falar que tenho trinta e cinco
e apresentar um filho de vinte e cinco
.
Portanto eu confesso:
Tenho quarenta e oito anos.
Metade deles bem vividos,
a outra metade muito sofridos.

É ai que está o encanto da minha idade.
Conheci de tudo um pouco,
das lágrimas aos sorrisos e ambos me fizeram ser essa pessoa que sou agora.

Ficaram as rugas no rosto e na alma,
Contudo ficaram sorrisos em ambos.

Minhas rugas mais bonitas
são aquelas marcas de expressão
que eu adquiri por tanto sorrir,
muitas vezes, quando o coração chorava.

S. Duboc

 

E você, como encara a passagem do tempo?

Comments

  • ELIANA
    Responder

    Ficaram as rugas no rosto e na alma,
    Contudo ficaram sorrisos em ambos.

    NORMA VC É UMA MULHER BEM BONITA VEJO AQUI NA FOTO DO PERFÍL,OLHA EU ENCARO A PASSAGEM DO TEMPO DE FRENTE QUERO SER UMA SENHORA NATURAL USANDO SOMENTE OS CUIDADOS DIÁRIOS QUE TODAS NOS FAZEMOS ,MAS NADA DE PLÁSTICA( ATÉ PORQUE SOU MOLENGA MORRO DE MEDO DE SALA DE CIRURGIA!)ESSE TEXTO É MARAVILHOSO TEMOS QUE NOS ORGULHAR DAS MARCAS DO TEMPO MESMO QUE ELAS SEJAM AS VEZES INPLACÁVEIS E NOS DEIXAM TRISTES POR UNS MOMENTOS!

  • chica
    Responder

    Tu, realmente estás muito bem,Norma.

    Eu encaro a idade com a naturalidade que ela merece…

    Me dou direito de aos 62 anos, não precisdar me matar pora conseguir um corpicho de 45 pois de nasa adiantaria,…as rugas do pescoço , mãos, rosto, pelancas daqui e dali, aparecem(como vês, estou liiiiiiiiiiiiiiiiinda,rsrsrssr…) beijos,tudo de bom,chica

  • Beth Q.
    Responder

    Querida NOrma!
    É muito bacana esse texto e nele me vejo também, pois nunca escondi minha idade ou menti sobre isso, pois nada adianta se ao apresentarmos um filho, denotam imediatamente toda a verdade.
    Hoje, do alto dos meus 57 anos, percebo que o que é realmente importante pra mim é manter minha mente bem equilibrada e tratada, para não esquecer coisas ou cometer erros que só são permitidos quando a gente é jovem.
    Acho tão triste conversar com uma mulher que chega à nossa idade, mas a futilidade é tão grande no estereótipo, fazendo-a parecer um pouco menos do que tem, porém no interior ainda demonstrando pouco crescimento pessoal e espiritual. Acabo não me envolvendo muito com pessoas assim, pois não sei bem o que conversar.
    adorei o post!
    beijinhos cariocas e … que calorrrrr!

  • manuel marques
    Responder

    E assim fiquei conhecendo mais um pouquinho de você.

    Beijo.

  • Nilce
    Responder

    Norma

    Da onde que você tem essa idade? Está muito linda. Dorme no formol? rsrs
    Lindo o texto e a maneira com que encara a vida, o passar dos anos, a chegada da maturidade.
    Também sou assim, não tenho motivos para esconder, tive muita felicidade nestes anos de vida. Envelhecer com a alma sadia é para poucos.

    Bjs no coração!

    Nilce

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    Que maduro esse texto, Norma! Eu me identifiquei em muitos momentos . Estou nessa corda tentando equilibrar corpo e mente. Não insatisfeito com o que sofri, feliz com o que aproveitei e sedento ainda por aprender muito mais. A vaidade exterior, no entanto pouco a pouco vai ficando para tras. Meu abraço e ótima semana. paz e bem.

  • Glorinha Leão
    Responder

    Querida Norma, acho que o envelhecer acontece no dia em que nos damos conta de que não sonhamos mais, de que muita coisa ficou pra trás e que não fizemos nem metade do que imaginávamos fazer.
    Isso vem num crescendo e, um belo dia, nos damos conta de que a vida passou. Escrevi uma crônica sobre isso, que inclusive foi premiada pela UFF. beijos grande,

  • Toninhobira
    Responder

    Que beleza Norma este texto para se apresentar,mas fazendo com que o leitor se embrenhe pelos caminhos da auto identificação.Lindo sim deixar que nossas marcas mostrem um pouco do que somos e vivemos.Cada uma tem sua historia e leva um pouco da gente. Que nos cuidemos sem sermos escravos da vaidade e da observação alheia ou mesmo nos deixarmos levar pela famigerada midia de consumo e de falsas promessas. Vou carregando meu fardo de 5.5 pensando que estou recomeçando sempre. Belo texto. Abraço meu de paz.Bju de luz nos seus dias.

  • Astrid Annabelle
    Responder

    Norma, estava com saudades de vir aqui!
    Eu realmente não me ocupo com a idade que tenho, quase 63.
    Sempre cuidei do meu corpo do mesmo jeito. Não descuido da pele que sempre recebe seu hidratante. Não uso maquiagem e sou original de fábrica..hehehehe

    “Minhas rugas mais bonitas
    são aquelas marcas de expressão
    que eu adquiri por tanto sorrir,
    muitas vezes, quando o coração chorava.”

    Isso é vero…
    Adorei este tema.
    Beijos esperando que esteja bem.
    Astrid Annabelle

  • Luzia
    Responder

    Oi querida, tenho uma “coisa” com o sr. tempo. Não se trata de medo, vontade de camuflar sua passagem, mas receio de não aproveitá-lo…ah, esse medo eu tenho! Por isso, quando penso/sinto coisas pequenas dou um jeito de digerir, entender , mas nunca engolir…gosto de tratar as coisas…as vezes demooooorrrrra, mas é assim que sinto a vida viva nas minha veias. Se me fosse agora, deixaria saudades…de mim mesma!
    Cheiro!

  • Lúcia Soares
    Responder

    Norma, parece que eu escrevi o texto! Sou exatamente assim, como a autora dele. Muito bom!
    beijos!

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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