O mundo dos deuses
O homem, mais do que um animal racional, é um animal simbólico. (JUNG, 1988).
Os estudos arqueológicos sobre mitos e símbolos buscam compreendê-los e interpretá-los, transmitindo um saber simbólico há tempos esquecido pelas sociedades ditas civilizadas. Os povos antigos ou primitivos para se situar no mundo, encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza, ou seja, para encontrar forma de adaptação psicológica ao mundo, criaram os mitos. Assim, a mitologia era não só um modo de explicação dos fenômenos naturais ou culturais, mas também para dar formas para a ação do homem. Sempre quando havia problemas sérios consultava- se os deuses por meio dos oráculos, que interpretavam para os seres humanos o que os deuses queriam. Os deuses simbolizam anseios e temores dos homens. Sabedoria transmitida de uma geração a outra e muito anterior a escrita. Por serem simbólicos instigam a imaginação e a reflexões.
“É por meio dos mitos que os homens são suspensos acima de suas capacidades no cotidiano, alcançam visões poderosas do futuro e realizam tais visões.” Peter Berger O mito narra de que maneira, graças às façanhas dos entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir. É uma narrativa de criação: ele relata de que modo algo foi produzido e começou a ser. Através a imaginação fértil o povo primitivo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros que habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas.
Por estes estudos pode-se perceber que muitos mitos da sociedade moderna e contemporânea encontram uma base paralela com as sociedades antigas; os heróis das mitologias arcaicas muito se assemelham aos heróis contemporâneos da indústria cinematográfica (Super-Homem, Rambo, Pantera Negra etc.),
“A grande utilidade dos mitos está não só no ensinamento dos caminhos que percorrem a Consciência Coletiva de uma determinada cultura durante sua formação, mas também como o recurso da imagem e da fantasia, eles abrem para a Consciência o acesso direto ao Inconsciente Coletivo.” Brandão,1986. Por outro lado, com nos assinala o poeta Rilke, talvez os nossos dragões interiores sejam princesas que estão esperando para nos ver belos e bravos, algo indefeso que precisa de ajuda para renovação.
De acordo com os gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Daí comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos apesar de imortais, possuíam características de seres humanos.
Principais deuses gregos. Fonte
Hermes- deus do vento
Zeus- deus dos deuses
Hera- deusa dos céus, maternidade e matrimônio
Atena- deusa da sabedoria
Poseidon- deus dos mares
Afrodite- deusa da beleza e do amor
Dionísio- deus da festa, do vinho e do prazer
Apolo- deus da luz
Ártemis- deusa da lua
Jung ao elaborar seu conceito de inconsciente coletivo e de arquétipos criou uma ponte entre a mitologia e a psicologia.
‘Somos feitos de sonhos; o homem é um criador de símbolos. Somos abelhas do invisível, saboreamos perdidamente o mel do visível para acumular na colméia o ouro que nos falta.” Iris C. Locatelli
Brandão.J. de Souza. Mitologia Grega, 1986.
Comments
chica
Interessante te ler aqui nesse post e ver os deuses de antigamente…Os de hoje apenas andam se achando, isso nas tvs e na política,rs… bjs, chica
toninhobira
Que lindo trabalho Norma.
Eu sempre li muito sobre os deuses e mitos e até já usei alguns nos meus escritos apos pesquisas mais a titulo informativo. Os pensamentos aqui produzidos destaco do poeta Rilke, muito interessante. Creio que havia uma tendencia a implantar um freio, um respeito com o uso dos deuses, numa comparação grosseira com a consciência de pecado, que gostaria de ler aqui vindo de você. A relação mitologia e psicologia gera belos estudos para interessantes reflexões e estudos.
Mais uma bela partilha Norma com sua dedicada pesquisa.
Grato.
Beijo