“Não me peçam razões”
Publicado em 2010.
Reatualizado
Este espaço é um dos meios que utilizo para me comunicar. A comunicação causa impactos em nossas vidas e é no relacional que aprendemos e crescemos.
Nas observações, indagações e reflexões caminho em direção da construção de um mundo mais humano e acolhedor. Assim, trago, hoje, para você, através do romancista, poeta e dramaturgo e autodidata José Saramago, um poema que expressa crítica à desvalorização da essência da vida..
Norma
“Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.”
José Saramago, in “Os Poemas Possíveis”
O Video soma a sonoridade a beleza da letra.
Grata por sua visita
LeoMOV
18 de janeiro de 2009
Imagem NET
Comments
Valter Montani
Acabei de saber através da TV Globo que o escritor José Saramago nos deixou.
Uma grande perda, que ele esteja em paz.
toninhobira
Que bom Norma esta reedição com Saramago.
Engraçado como certas palavras textos são atualizados neste mundo.
Um poema que retrata perfeitamente este estado de desconstrução inconsciente de muitos.
Bom fim de semana amiga.
Beijo.
Ailime
Boa tarde Norma,
Duas pérolas da cultura portuguesa que aqui partilha para ilustrar seu magnífico texto e pensamento.
Obrigada,
Um beijinho e bom fim de semana.
Ailime