Na roda da família

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A família chega ao consultório com a queixa da agressividade do filho e do mal estar que este sintoma vem criando no contexto familiar e afirma que se não fosse por este comportamento recente, tão estranho, todos seriam felizes.

Ao ampliarmos a visão sobre as queixas familiares, constatamos que o cotidiano, com suas rotinas, hábitos, padrões relacionais constantes, leva as pessoas a ficarem cegas aos seus sentimentos e a não perceberem o desconforto que, pouco a pouco, mina as atitudes e acaba explodindo numa reação mais extrema em um dos membros (“bode expiatório”). Com freqüência são os filhos, que, como esponja, acabam absorvendo e denunciando através de sintomas, o clima que circula na família e nos proporciona a porta de entrada para avaliarmos o ciclo repetitivo que está paralisando a família e a possibilidade do tratamento familiar.

Pode parecer absurdo àqueles que buscam ajuda para lidar com questões de seus filhos que o foco terapêutico se desloque para a relação do casal e/ou para os relacionamentos dos pais com seus próprios pais.

Se pensarmos que todo ser humano traz em sua história de vida as influências, não só do aqui e agora, mas também das gerações passadas, podemos analisar as questões individuais através das suas interações e das suas histórias. O que nos abre um leque recursos para tratarmos a queixa apresentada.

Cada família traz na sua história, uma realidade bem peculiar.  Os mitos e lemas familiares, em determinados momentos, limitam o olhar sobre a realidade. Desta forma, a viagem que realizamos através das informações de cada membro vai enriquecendo o espaço terapêutico e ajudando a redistribuição da questão entre os diversos membros, fazendo rodar o “bode expiatório”, ou seja, cada um vê a sua parte, não ficando o problema em cima de um somente.

Assim, para um resultado satisfatório desta modalidade de atendimento, é vital que o paradigma seja compreendido e aceito pelos membros envolvidos. É necessário que o espaço terapêutico seja uma possibilidade da família vislumbrar formas mais saudáveis de interagir, esforçando- se para mudar o padrão disfuncional e atingir uma outra forma de se relacionar.

Norma Emiliano

Comments

  • chica
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    Para tudo, deve haver uma parada, olhada e análise e cada situação,não é? Juntos, cada um se colocando, podem se ajudar e ser ajudados! beijos, lindo dia! chica

  • Socorro Melo
    Responder

    Oi, Norma!

    É sempre mais fácil colocar a culpa no mais afetado. Infelizmente, nós humanos, somos assim. E no frigir dos ovos, todos têm suas deficiências.
    Excelente abordagem, amiga.

    Beijos
    Socorro Melo

  • Lizete Ferraz
    Responder

    “Se pensarmos que todo ser humano traz em sua história de vida as influências, não só do aqui e agora, mas também das gerações passadas, podemos analisar as questões individuais através das suas interações e das suas histórias.

    Nunca ouvi ou soube de tratamentos baseados em estudos de gerações passadas e o quanto elas influenciam em nosso comportamento, a não ser em filosofias espiritualistas. Achei isso bom demais, pois muitas vezes, está tudo aí a causa.

    Muito bom o texto, Norma. Te acompanhando vamos aprendendo muito.

    Beijos e um lindo dia!

    ps. Te enviei um email e voltou como endereço não encontrado.Não entendi, pois já te enviei vários emails. Voce mudou o email? preciso dele…

  • Ana Karla -MIsturação
    Responder

    Comecei a observar que as crianças são as mais afetadas mesmo.
    Depois dessa lição, tudo fica claro.
    Bom dia Norma.
    Xeros

  • Norma Emiliano
    Responder

    Oi Lizete
    Eu não mudei de e-mail. A teoria que nos proporciona esta visão transgeracional é a sistêmcia da terapia de família, com a qual eu atendo meus clientes.
    bjs

  • Mauro
    Responder

    Oi Norma, obrigado pelas palavras de carinho.

    Antigamente as famílias eram mais unidas, mas hoje por muitos membros antigos já terem morrido, há mais desunião, de filhos não falo porque não sou casado e não os tenho, mas o mundo moderno está complicado quando tudo poderia ser mais as claras e bem mais fácil de ser resolvido, mas…
    Beijos, Mauro

  • Valéria
    Responder

    Oi Norma!
    A dinâmica familiar é muito complexa mesmo!
    Um pode está refletindo o que muitas vezes toda a família de um modo ou de outro a duras penas camufla, afinal cada um é cada um e reage de maneiras diferentes, mas ninguém fica imune. É um caos organizado, onde cada um desempenha um papel meio capenga. Nooossa como vemos isso!
    Beijinhos!

  • Élys
    Responder

    Não tenho dúvidas que todos somos influenciados pelas gerações passadas. A educação, os comportamentos vem passando sutilmente entre as gerações. Beijos.

  • Toninho
    Responder

    Um ótimo exemplo de uma situação que é tão familiar com estas reações aqui bem exploradas. Beleza de partilha amiga.
    Um carinhoso abraço de paz e luz.

  • Roselia Bezerra
    Responder

    Oi, querida
    Eu também tenho visto tanta coisa… cada um tem uma vertente e tem sua parte de razão… O importante é a conciliação e abrir mão de algo de cada um… em prol de todos…
    Bjm de paz

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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