Comportamento humano

bowen

Murray Bowen (1913- 1990)

Algumas vezes,  nos damos conta de que temos reações a certas situações e/ou pessoas de uma forma exagerada e não entendemos as causas.  Murray Bowen ajuda-nos a entender com  seus  estudos e teorias.

Murray Bowen

 Murray Bowen, psiquiatra nascido em Waverly, Tennessee,  foi um estudioso, pesquisador, médico, professor e escritor que  trabalhou sempre  em direção a uma ciência do comportamento humano, que via o homem como parte de toda a vida.

Foi um dos pioneiros da terapia familiar e fundadores da terapia sistêmica. Desenvolveu uma teoria  dos  sistemas  familiares .

Ele acreditava que a principal fonte de experiência emocional humana é a extensão da unidade familiar. Seu arcabouço teórico concentra-se em torno de duas forças vitais que se contrabalançam: aquelas que levam a pessoa à união com sua família e aquelas que a impulsionam para se libertar rumo à individuação (consciência do si mesmo). Quando ocorre um desequilíbrio dessas forças em direção à união, ocorre fusão, aglutinação e indiferenciação. Essas noções estão interligadas, no estudo da complexidade da formação emocional do indivíduo, em torno de vários conceitos, entre eles, de massa indiferenciada do ego; diferenciação do self; processo de projeção familiar; processo de transmissão multigeracional; posição entre irmãos; e triângulo. (Bowen, 1989; Kerr & Bowen, 1989).

Segundo Nichols e Schwartz (1998), a diferenciação do self, pedra fundamental da teoria de Bowen, é ao mesmo tempo um conceito intrapsíquico e interpessoal.  A diferenciação intrapsíquica é a capacidade de separar o sentimento do pensamento (p. 312). Kerr e Bowen (1988) denominaram reação à resposta impulsiva. Quanto mais você toma consciência das emoções que o movem ,  mas você consegue lidar com o outro diretamente,  sem tantas projeções

Ele treinou muitos estudantes, incluindo Phil Guerin, Kerr Michael, Betty Carter e McGoldrick Monica, e ganhou reconhecimento internacional por sua liderança no campo da terapia familiar.  Ele morreu em outubro de 1990 na sequência de uma prolongada doença.

 O que se observa na prática clínica  é uma confusão entre  fusão e intimidade.

Sua teoria nos permite entender melhor o funcionamento dos indivíduos no sentido do que favorece mais para alguns sentirem tanta necessidade de estar junto, e para outros a necessidade do isolamento, bem como  entender sobre as ações e reações que podem ser movidas pela emoção ou pela razão.

As relações familiares não resolvidas congelam emoções que são reatualizadas por alguma situações ou pessoas que nos remetem inconscientemente àquelas emoções. Nestas situações não se destingue sentimento e razão. Esta reação  pode ser analisada,  entendida e reelaborada no contexto terapêutico.

Norma

Fonte

Bowen, M. (1989). La terapia familiar en la práctica clínica. Fundamentos teóricos (Vol. 2: Aplicaciones). Bilbao, Spain: Desclee de Brouwer.

Nichols, M. P., & Schwartz, R. C. (1998). Terapia familiar: conceitos e métodos (M. F. Lopes, trad., 3a ed.). Porto Alegre: Artes Médicas.

Comments

  • chica
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    As relações familiares dão pano pra muita manga para serem analisadas,não?

    Interessante artigo.

    beijos,lindo dia,chica

  • Nilce
    Responder

    Norma, eu fico intrigada com a diferença de relacionamento entre as pessoas. Explico com exemplos daqui mesmo.
    Meus três filhos, 2 meninos e 1 menina, ela é a do meio, filhos do mesmo pai e da mesma mãe são tão diferentes nos relacionamentos familiares.
    Foram criados da mesma maneira, pelo menos eu acho que nunca tivemos diferença, e eles próprios afirmam isso. O mais velho escolhe as amizades. Eu nunca ensinei isso, a não ser para que não andasse em más companhias. É mais frio conosco. Só quando precisa de ajuda é que vira amoroso, que só. Se não nem dá notícias.
    O mais novo é introspectivo, muito amoroso e sentimental. Mas estoura à toa. (aí já me puxou).rsrs Mas faz amizades com facilidade. A menina já é bem extrovertida, se dá bem com todos e adora um papo. Fala mais que a boca e está puxando papo o tempo todo, que as vezes preciso pedir licença.
    Mas o que me impressiona que todos parecem iguais quando estão fora de casa. Muita educação e respeito com todos, inclusive com os mais velhos e com a minoria.
    Desculpe o desabafo.

    Bjs no coração!

    Nilce

  • Norma Emiliano
    Responder

    Nilce
    É assim mesmo, todos nós somos únicos em nossas experiências e, assim sendo, sentimos, percebemos e interpretamos o que acontece a nossa volta de forma subjetiva. Por outro lado, pode parecer que os filhos vivenciam o mesmo contexto, mas a família é dinâmica, sofre influência de fatores internos e externos e , portanto, se modifica e cada um deles vai sofrendo influências e influenciando.
    A posição de cada membro na irmandade também interfere na forma como aprende a se relacionar e, portanto, na formação de sua personalidade. Este é um estudo bem amplo e complexo para poder lhe explicar em todos os detalhes., masdei algumas diretrizes para que não fique tão intrigada.
    bjs

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    Isto possibilita a ampliação de nosso olhar para o outro, a começar de dentro de casa, onde há tanta disparidade entre casal, entre irmãos, enfim, numa família grande como a minha, por exemplo, dá para a gente ir se conhecendo mais e tentando penetrar no mundo do outro sem ser de forma invasiva, com o intuito de aprimorar os laços afetivos. Abraços, Norma! Paz e bem.

  • sEBASTIÃO jORGE
    Responder

    PREZADA PROF. NORMA: PAZ E BEM!
    Estudei e gostei muito da terapia familiarsistêmica.GOSTARIA DE SUA ORIENTAÇÃO SOBRE A APLICAÇÃO DO PENSAMENTO SISTÊMICO NA ESPIRITUALIDADE, MAIS PRECISAMENTE NA ESPIRITUALIDADE CATÓLICA, CRISTÃ. GRATO. SEBASTIÃO JORGE

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