Intenções e Rituais – Alexandre e Neca

anjo tanabata matsuri festival das estrelas (24)

  Alexandre Mauj

Rituais e superstições… bem ,  não tenho nenhum! 

A única preocupação que tenho é de começar o ano com a casa limpa. A casa e a alma. Principalmente a alma.

Tento perdoar os que me agrediram no ano que termina.

Enterrar no ano que finda as coisas ruins. Encarar o virar do calendário como um renascer.

E entrar no ano pensando coisas positivas, renovar minha ligação com o planeta, o espírito, Deus.

Essa é a minha simpatia de ano-novo, a minha “lentilha e romã” mental.

Vejo o renovar de um ano como uma bênção. É uma chance de recomeçar, de refazer nossa história. E de trazer ao novo ano apenas o que foi e é bom do ano anterior.

O que não me serve, morrerá com o ano que acaba. O que é bom, renascerá comigo no dia 1 de Janeiro.

 Sempre tiro o último dia do ano para agradecer tudo o que tive de bom no ano que vivi. Boas ou más experiẽncias, creio eu que eram as necessárias para meu espírito se desenvolver.

E no novo ano reafirmo meu compromisso de melhorar como ser humano, polir as arestas da minha alma, que são tantas… tirar as máculas do meu pensar, do meu sentir, do meu viver.

Este é o meu ritual de ano novo. E assim sempre o faço, pois é assim que me sinto bem

Alexandre

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Neca

Não sou uma pessoa supersticiosa, aliás, nunca fui. Não tenho por costume ler horóscopo, não creio em previsões cabalísticas e não me lembro de algum dia ter feito uma simpatia sequer na vida. No entanto,  por mais descrente que eu possa parecer, concordo que exista  (e me incluo entre aqueles que assim acreditam) um certo ar mágico, lúdico talvez, de renovação da fé e da esperança no ser humano. A meu ver,  todo esse encantamento é calcado, resumidamente, em uma única coisa: na esperança de que o novo ano traga consigo novas chances de mudanças positivas para cada um de nós. E eu acredito que isso seja possível.

Particularmente, cresci assistindo meus familiares e amigos às voltas com preparativos e rituais de final de ano. Então, todo dia 31 de Dezembro era aquela função… Minha mãe atrás de roupas brancas para iniciar em paz; minhas tias preparando a ceia com lombo de porco e não sei mais quantas frutas para dar sorte; meu pai dizendo que teria que estar com os pés na areia da praia para recarregar as energias; minha prima dizendo que o primeiro passo deveria ser dado com o pé direito subindo um degrau para ter sucesso; uma amiga vestindo uma calcinha vermelha para atrair um grande amor; outro amigo guardando notas de dólar na carteira para garantir mais grana… e por aí vai. Cada um deles com suas próprias crenças, é bem verdade, mas grande parte delas  (posso apostar!), baseadas na mística esperançosa de que alguma força superior, quem sabe, pudesse tornar realidade alguns sonhos e desejos que foram acalentados no ano que passou.

Quanto a mim, sempre respeitei toda e qualquer crença, muito embora dificilmente me envolvesse em algum daqueles ritos. Desde bem pequena sempre tive o meu próprio ritual de passagem de ano-novo – que até os dias de hoje eu preservo.

Pouco me importa se estarei vestindo branco, vermelho, verde, azul ou rosa. Se na ceia será servido lombo, peru, churrasco, frutos do mar ou lentilhas. Se estarei na praia ou na cidade. Se a minha calcinha supostamente atrairá um grande amor ou uma grande paixão. Se o meu primeiro passo será dado com a perna esquerda ou direita (até porque sou ambidestra). Se a minha carteira estará recheada de dólares ou de moedas de 1 real. Como eu disse anteriormente, tenho profundo respeito por todas as crenças, mas para mim o que importa é que haja pelo menos uma estrela no céu para que com ela eu possa conversar.

Não consigo me lembrar do porquê e nem com quê idade comecei a conversar com as estrelas, mas me lembro de gostar de pensar que uma delas era a Estrela Dalva. Para ser sincera, acho que até hoje penso assim. Por algum motivo gosto da ideia de que aquela determinada strela que escolhi para mim tem um nome – e ela se chama Dalva.

Para falar a verdade, não sei se esse meu hábito de olhar para o céu e conversar com as estrelas se encaixa no que se entende por ritual. De qualquer forma, como me propus a escrever sobre isso, digamos que, em poucas palavras funcione mais ou menos assim… Feitos os brindes e felicitações da virada, eu costumo me afastar um pouquinho do burburinho da festa para em silêncio poder conversar com a minha estrela. Então, eu fico por um longo período olhando o céu,  como se ‘alguém’ lá em cima pudesse ler os meus pensamentos. Aproveito o momento e faço um balanço da minha vida. Penso nas coisas que aconteceram de bom e ruim e, de peito aberto, procuro explicações racionais para cada uma delas. Penso também nas pessoas queridas que eu gostaria que estivessem ali comigo e que por algum motivo não estão  (seja porque já partiram ou porque a vida quis assim). Seja qual for o caso, tento com toda a força do pensamento enviar o meu amor e a minha energia positiva para elas. Ao final, sempre concluo que receberam o meu abraço.

Feito isso, procuro fazer uma oração em agradecimento pela minha vida e pela vida daqueles que amo, desejando que continuemos sendo abençoados por Deus, com saúde e paz no coração.

Por fim, peço perdão pelos meus erros e faço um único pedido: ser uma pessoa melhor e mais feliz.

Desde o ano passado deixei de fazer listas de pedidos daquele tipo “Que em 2011 eu consiga isto, aquilo e aquele outro…”. Acho bem melhor assim. A muito custo aprendi que muitas das ansiedades causadas por grandes expectativas, na grande maioria das vezes são os catalisadores  de uma frustração ainda maior.

Então, no próximo dia 31 a minha única resolução de ano-novo será ‘deixar a vida me levar no caminho da felicidade’. Na minha opinião, o simples pensamento positivo de que é possível ser (mais) feliz, por si só já é passível de atrair resultados muito surpreendentes!

Um Feliz Ano Novo Para Todos Nós!!!

Neca.

“Os rituais ligam-nos ao passado, definem a nossa vida presente e apontam caminhos para o futuro, quando passamos de cerimónia em cerimónia, quando evocamos tradições dos nossos antepassados, e quando herdamos objectos e símbolos dos nossos ascendentes.”

Eles nos possibilitam de exprimir e vivenciar algo, que não se pode traduzir só  por palavras.

 Norma

 

Comments

  • Ana Karla – Misturação Misturão
    Responder

    Bom dia Norma!
    Passei pra dar uma olhadinha nos rituais de hoje.
    Xeros

  • Beth Q.
    Responder

    Bom dia, Norma!
    Duas lindas e verdadeiras propostas desses amigos da blogosfera.
    Adoro Alexandre e acho que é bem assim que ele se comporta, verdadeiramente.
    E a Neca, que eu não conhecia antes, foi uma surpresa agradável ler por aqui suas colocações, também muito verdadeiras.
    Feliz Ano Novo para todos!
    bjs cariocas

  • Meri Pellens
    Responder

    Norma, que excelentes partilhas!
    Eu passo tudo normalmente. Nem reflito muito o que fiz e deixei de fazer no ano que termina. Mas viro o ano sempre com esperança de dias melhores e de fazer minha parte para isso.
    Beijo na alma e feliz 2011!

  • Liliane Carvalho
    Responder

    Norma, bom dia minha flor!
    Que bacana que está sendo esta partilha não é?
    Com cada um aprendo uma coisinha.
    Achei tão bacana o ritual do Alexandre. Entrar o ano com pensamentos positivos.
    A Neca, que eu não conheço, colocou de uma maneira tão linda a sua experiência, que me vi como ela, olhando pras estrelas.
    Amei…
    um grande abraço pra você.

  • orvalho
    Responder

    Querida, que bom a cada dia ir sendo inspirada pelas propostas dos amigos da blogosfera… Bela iniciativa!!! Gostei de ver como se comportam o Alê e a Neca…
    Bjs festivos e de paz aos três amigos queridos.

  • Valdeir
    Responder

    Desejo que 2011 seja um ano de grandes conquistas na sua vida.

    Abraços.

  • Alexandre Mauj Imamura
    Responder

    Minha querida amiga Norma, muito obrigado pelo espaço que vc abriu para a gente.
    Fiquei contente de participar do seu blog, aqui tem uma gente muito querida que se reúne, é um espaço maravilhoso.
    Vim aqui te desejar um feliz 2011 e te agradecer pela amizade e bom sentimento do ano de 2010! Que vc tenha um novo ano especial em sua vida, repleto de coisas boas, que seja um grande ano!
    Muito obrigado por tudo!

  • Tati
    Responder

    Norma, mais uma participação maravilhosa dos amigos. Não dá para imaginar o Alexandre passando o ano de outra forma. Ele deixa claro o quanto é comprometido em ser uma pessoa melhor, e é, a cada dia, não à toa conquistou a todos nós. Também tenho esta preocupação de virar o ano com casa e alma lavadas.
    E o texto da Neca… Quando sentimento. Ela soube expressar de uma forma tão agradável. Eu via uma estrela brilhando enquanto lia o texto. O abraço nos ausentes foi realmente emocionante. Acho que vou incorporar este “ritual” ao meu não-ritual.
    Beijos aos 3!

  • Neca
    Responder

    Norma,
    Mais uma vez obrigada pelo convite e saiba que é sempre um prazer participar dessas blogagens coletivas que propões. Conte sempre comigo!
    Aproveito para desejar a ti e a todos um 2011 com muita paz, saúde, alegrias e amor.
    Um beijo carinhoso,
    Neca.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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