Gabriel Garcia Marques

 

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1927-2014

 

“O ofício de escritor é talvez o único que se torna mais difícil à medida que mais se pratica. A facilidade com que me sentei a escrever aquele conto não se pode comparar com o trabalho que me dá agora escrever uma página. Quanto ao meu método de trabalho, é bastante coerente com isto que vos estou a dizer. Nunca sei quanto vou poder escrever nem o que vou escrever. Espero que me ocorra alguma coisa e, quando me ocorre uma ideia que ache boa para a escrever, ponho-me a dar-lhe voltas na cabeça e deixo-a ir amadurecendo. Quando a tenho terminada (e às vezes passam muitos anos, como no caso de Cem Anos de Solidão, que passei dezanove anos a pensar), quando a tenho terminada, repito, então sento-me a escrevê-la e é aí que começa a parte mais difícil e a que mais me aborrece. Porque o mais delicioso da história é concebê-la, ir arredondando-a, dando-lhe voltas e mais voltas, de maneira que na altura de nos sentarmos a escrevê-la já não nos interessa muito, ou pelo menos a mim não me interessa muito; a ideia que dá voltas”.

Gabriel García Marquez, in ‘Eu não Venho Fazer um Discurso’

Imagens Net

 

Comments

  • Ailime
    Responder

    Boa noite Norma,
    Linda homenagem!
    Um texto que diz bem da grandeza de García Marquez.
    Beijinhos,
    Ailime

  • toninhobira
    Responder

    Interessante as ponderações de Gabriel sobre a arte de conceber escrever um texto,uma poesia. LI algumas obras do Gabriel que sempre admirei pela postura diante as injustiças e politicagem. Bela partilha Norma.
    Beijo

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