Espelho Meu

Reedição

Ah, onde está o meu você? Ah.Ah. …onde está você?”Serginho  Moa.

Contos de fadas são metáforas de situações e interações que fazem parte do repertório do cotidiano humano. Em Branca de Neve, a madastra, como a bruxa presa a vaidade, traduz  arquetipicamente  os  perigos da  experiência baseada na busca da beleza eterna . Branca de Neve também paga o preço da sua ingenuidade, todavia renasce de sua morte simbólica nos braços de seu príncipe encantado representando a consagração dos ideais da alma.

Em outro sentido, podemos pensar que todos gostam de aplausos e nesse percurso encontra-se todo um contexto construído de exigências sociais que leva as pessoas a seguirem como autômatas e não escutarem seus sentimentos, desejos e aspirações, enfim a não escutarem a si próprias.

Como me vejo, como sou visto? Na trajetória do ser humano as respostas a essas perguntas constroem a autoestima, que se inicia na infância e se reforça na adolescência. O espelho reflete – se nas ações e  nas  interações. Cada  olhar  é impregnado de valores, crenças, etc. Formam-se diversas lentes, e emoção e visão traçam seus fios.

A compreensão de si mesmo é vital para se poder apreender o outro sem tantos ruídos (emoção), tendo em vista a projeção do seu próprio eu. Neste sentido, Perls nos lembra com suas palavras: “Eu sou eu, você é você. Eu não vim ao mundo para atender às suas necessidades, e nem você às minhas. Se a gente se ENCONTRAR vai ser lindo. Senão, nada se pode fazer”.

Quanto aos elogios, quem não fica feliz ao ser admirado? O enaltecimento remete ao valor, ao respeito e ao amor.  No entanto, o excesso de autoestima (narcisismo) pode  levar a  autodestruição, pois  nos  aprisiona  ao nosso próprio casulo. Enfim, a forma como cada um se vê, interfere na maneira de viver e conviver. A prática de se perceber e de perceber que afetamos uns aos outros nos ajuda a melhorar cada vez mais.

Norma

Comments

  • luma
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    Cada um tem capacidade de enxergar aquilo que quer ver e saber diferenciar as limitações reais das imaginárias também ensina a sua aceitação. Somos essência espiritual e o corpo é o espelho do espírito. Ele sempre refletirá nossa real tristeza ou alegria. Gostando ou não precisamos aprender a aceitar o nosso corpo e aprender a conviver com ele para o resto da vida. Ninguém troca de corpo, até mesmo aqueles que vivem em clínicas de estética. Olhar e não se encontrar no espelho também deve ser muito triste!

    Deepak Chopra escreveu: “Use o espelho dos seus relacionamentos para guiar sua evolução. A meta é o auto conhecimento total. Quando consegui-lo, o que mais você deseja estará automaticamente lá, e o que mais despreza desaparecerá. Livre-se do fardo do julgamento – você se sentirá muito mais leve (…) Compreenda que o mundo físico é apenas um espelho de uma inteligência mais profunda. A inteligência é o organismo invisível de toda matéria e energia, e, uma vez que uma porção desta inteligência reside em você, você compartilha o poder organizador do cosmos” (Corpo sem Idade, Mente sem Fronteiras)

  • manuel marques
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    Como sempre, excelente.

    Beijo.

  • Toninho
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    Pelo autoconhecimento o encontro da autoestima e assim uma compreenção do eu e as evoluções possiveis. A afirmativa de Perls é fantastica Norma, que me parece um certo de auto suficiencia, tipo eu me basto, mas que ainda ai, nos permite estar aptos para o relacionamento com o mundo exterior ao meu eu. Enfim um texto perfeito neste espelho revelador.
    Um abração terno.
    Bju de luz nos seus dias.

  • Valéria
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    Oi Norma!
    Antes de ser várias, em papéis onde me mostro, como sou vista, devo ser eu mesma. E confesso não é tarefa fácil. As relações sociais exigem muito de nós, as expectativas são grandes e precisamos ter consciência de nosso papel, do nosso eu para termos uma vivência saudável, principalmente a mental.
    Texto muito bom e reflexivo.
    Beijão!

  • Norma Emiliano
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    Oi Valeria
    “Ser eu mesma,” está é a grande questão, pois sem o autoconhecimento as pessoas podem se transformar em meros papéis.

  • josé cláudio – Cacá
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    Oi, Norma! Eu li há um tempo um ótimo texto relacionado ao reconhecimento, do Axel Honnet (Luta Por Reconhecimento, a gramática moral dos coflitos sociais) e achei que tem muita relação com esse seu belo texto. Abraços.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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