Direitos para quem?

cidad

Imagem google

 

Houve um tempo que eu acordava ao som de passarinhos, podia abrir janelas e portas saudando o dia. Hoje, a realidade aqui no prédio, na rua, no bairro onde resido é desoladora.

O primeiro som que ouço é de uma britadeira utilizada no apartamento de cima, seguido de muitos outros ruídos vindos das três imensas obras de prédios que estão em andamento.

 Não tenho prazer de abrir portas e janelas, pois o que invade o apartamento é muita poeira.

Andar nas ruas… outro sofrimento. As calçadas estão impedidas pela movimentação do entra e sai de materiais e trabalhadores. Além disso, os pisos estão irregulares, favorecendo as quedas a qualquer distração. Ufa! Estou escrevendo atormentada pelo barulho.  Não temos mais direito ao silêncio.

Sobre o silêncio a Beth fez um post I love the silence que também explora muito bem esta temática.

Fala-se de cidadania, o que já considero piada, pois não temos direito de escolha nem para nos concentrarmos para ler, escrever e/ou estudar quanto mais a outros direitos mais complexos.

Fui fazer uma audiometria por perceber que não consigo captar alguns sons, fonemas importantes na compreensão das palavras. Considero que pode estar ligado ao desgaste natural do tempo, mas não deixo de pensar o quanto à poluição sonora desses tempos podem estar me afetando.

Enfim, fica aqui a partilha da minha indignação da falta de escolhas de elementos simples do viver.

Norma

Comments

  • Lizete Ferraz
    Responder

    Ah, Norma, acredito ser o mal das cidades grandes…as selvas de pedra…
    Não param de crescer, não para de chegar gente, não param de construir…
    O jeito é sair pela lateral, ir morar perto delas, mas não nelas, ou adaptar-se à loucura crescente das cidades grandes…mais gente, mais carros, mais construções…mais barulho…menos gentilezas e menos cidadania.

    Beijos
    Liz

  • Luzia
    Responder

    Eu detesto essa poluição sonora…ainda bem que estou “longe” dela por um tempo ainda…
    ***
    Querida, mandei um email…mas como meu yahoo está fechando sem que eu o faça, não tenho certeza se você vai receber…se der me dê um retorno?
    Abraços,
    Luzia

  • chica
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    Nem me fala…Estou aqui nesse paraíso Hotel POTO ZARPA praia do Forte-BA e nem posso me imaginar retornar aos barulhos da cidade e até da casa onde o telefone não para…Aqui, a melhor coisa foi o celular ter sido afogado e não funcionar mais.
    òtimo..Assim, NÓS ligamos daqui do hotel , nos nossos horários pra turma da família, senão cada um liga num horário e quando neno descansa, fico p da vida se isso acontece. Assim, foi A glória,rsrs beijos,chica

  • Beth Q.
    Responder

    Ah, cara amiga, e por aqui do meu lado, além das 4 imensas obras em andamento, inaugurou ontem, junto com o jogo do Flamengo, uma nova casa noturna. Tinha gente do lado de fora, sentados em cadeirinhas e falando até tarde. Eu fecho tudo, tanto de dia quanto de noite e vou colocar agora aqueles panos de vidro na varanda traseira do prédio para diminuir em 70% o som, mas veja só que paradoxo, as pessoas compram apartamentos com varandas abertas para terem mais contato com o ar e o tempo, mas agora temos que fechá-las, vedá-las para não sermos incomodados.
    Não é fácil viver em meio urbano e não vejo a hora de marido se aposentar e a gente se mandar daqui.
    beijos cariocas

  • Rute
    Responder

    Querida Norma,
    estou solidária na sua queixa 🙁
    Houve um tempo aqui que se conseguia almoçar na varanda do meu 4ºandar, agora já nem mais tenho lá mesa pois não se consegue estar muito tempo no exterior contemplando a vista. É um barulho ensurdecedor dos automóveis subindo e descendo a rua, a toda a hora. Mais ainda o barulho duma maquineta que os limpadores usam para apanhar as folhas do chão, um soprador pequeno com um motor hiperbarulhento que me perturba muitissimo quando estou a trabalhar.
    Para cúmulo, há uns 2 meses atrás, a vizinha do 2ºandar separou-se do marido e então não tinha paciencia para as crianças. Gritava alto, batia com as portas, chorava, depois choravam os meninos, um com 1 ano, a outra com 4… Meu coração ficava pequenino de ouvir toda aquela agonia e a conduta histérica da mãe! Até durante a noite se alguma das crianças tinha um pesadelo, lá ia a mulher gritar com as crianças! Ai meu Deus, além do barulho foi aflitivo.
    Por isso quero ir para a Aldeia viver.
    Lá é um sossego que lembra o paraiso!
    Beijinhos,
    Rute

  • Socorro Melo
    Responder

    Norma,

    E além de tudo isso, ainda tem a falta de respeito, dos proprietários de carro, ou de bares, que ligam som em alto volume, à noite, às vezes após 22hs… Sem falar dos sem noção, que fazem festinhas em casa, varando a madrugada… Aff! Onde vamos parar. É uma situação ensurdecedora…

    Um abraço
    Socorro Melo

  • Valéria
    Responder

    Oi Norma!
    Fora os barulhos das aflições na minha cabeça um alarme toca sem que os desliguem. É, viver está mesmo muito complicado. Paz antes de tudo!

    Beijão!

  • Denise
    Responder

    Engraçado, com vc, só hj, somos três a falar da invasão de obras em nossos sossegos. Obra é necessária, sabemos disso – além da construção-reforma que ocorre ao lado de minha janela, a rua está em obras, escavada e remendada, trânsito caótico (é anel central) e pilhas de areia, manilhas, restos de asfalto quebrados, caixas coletoras de restos de construção, máquinas, caminhões – e muito, muito barulho! O reparo de rede antiga de esgoto é necessário, mas esse planejamento será que não podia ser cumprido mais rápido???

    No mesmo incômodo, solos solidárias, amiga!
    Bjos

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    É, Norma, eu não vejo mais a cidade como espaço privilegiado e prioritário para o convívio humano. A especulação imobiliária e a prevalência do automóvel nos faz reféns, prisioneiors e intrusos onde deveria ser tudo humanizado e com espaço para estas coisas em sgundo plano. A prioridade das políticas públicas nunca deveria deixar de ser o homem. Vamos sendo expulsos ou tendo que engolir isso (sem saúde que suporte). Abraços. paz e bem.

  • luma
    Responder

    Norma, acredito que o barulho esteja te afetando sim!! De maneira indireta pode causar irritação, estressando e atrapalhando a concentração. Essas britadeiras tem que respeitar a lei dos decibéis [LEI Nº 11.291, DE 26 DE ABRIL DE 2006] e se for o caso, procure pelo livro de ocorrência do condomínio em que mora, porque os estabelecimentos domésticos não podem veicular potência superior a 85 (oitenta e cinco) decibéis, mesmo fora dos horários impostos pela lei do silêncio que varia de Estado para Estado brasileiro.
    Enquanto isso, melhor procurar alguma atividade fora de casa quando estas máquinas estiverem ligadas – Sabe que também pode desenvolver labirintites?
    Cuide-se!! Beijus,

  • Toninhobira
    Responder

    Pois é amiga venho assinar com voce. Esta cada vez mais dificil o dia a dia,com tanta poluição. O desrespeito é total, nem na selva pode ser assim.É preciso muita arte,para que ela nao nos transforme em seres barulhentos e nervosos,mas é dificil. Aqui Salvador é tida como a cidade mais barulhenta,quero crer.
    Belo grito amiga.
    Meu abraço.
    E que possa ter um final de semana na paz.
    Bju.

  • Yasmine Lemos
    Responder

    Norma,faz tempo que quero fugir para o interior do estado . Não dá mais , a coisa pegou feio,não temos mais sossego e olhe que moro numa rua cheia de dunas e árvores ,para sair de casa é um parto,pois shopping, tumulto ,barulho eu não aguento .
    Beijão e um fds bem com muita paz pra vc

  • Macá
    Responder

    Norma
    Sabe que sempre que eu vejo a demolição de casas para o início da subida de um prédio fico imaginando como os vizinhos suportam. Barulho, poeira por quase 2 anos. É muito não?
    Então, você comentou sobre o sol e a vitamina D. Eu comecei a ficar 15 min no sol todos os dias, mas por precaução, também vou tomar 14 gotas de vitamina D por semana, durante 3 meses. Tem que melhorar.
    Hoje estou falando sobre mais frutas, com receitas.
    um beijo

  • Bel Rech
    Responder

    Neste momento dou graças à Deus, por morar em um lugar pequeno e que não tem esses problemas “ainda”, pois como o progresso anda por aqui, penso que daqui alguns anos mais vou rever está resposta…Se tenho que ir para Porto Alegre, vou direto ao que preciso, do contrário fico no meu “interior”…
    Paz e bem

  • Maria Emilia Xavier
    Responder

    Ah amiga que inveja de todos vocês… Como moro numa Rua sem saída e no último prédio, barulho é uma coisa que não me aflige, pois quando o quero vou para as ruas principais – São Clemente ou Voluntários – e por lá fico a escutar (mau) a vida que se desenvolve frenéticamente. Estou ficando surda e já chorei oceanos, mas parei e resolvi aproveitar o tempo que me resta, antes do famigerado aparelho, que depois de deixar de “frescuras”, estou adorando que exista.

  • C.
    Responder

    Sinto por você, minha amiga 🙁
    Nao querendo puxar sardinha, até porque nao é meu país, mas aqui nao se vê o barulho das grandes cidades daí. Acho o povo mais educado, a comecar porque nao se ouve música alta como normalmente ouvimos aí. Minha mae sofria com o vizinho que ligava o som no último, e nao adiantava que ela fosse pedir para ele diminuir, era arrumar encrenca na certa. As brasileiras que vejo chegando, tem ainda esse hábito e se irritam com tanto silêncio, precisa ver, elas reclamam hihi

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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