Dependência emocional

1am

 

O desejo de ser cuidado  inconscientemente por alguém pode acarretar várias formas de dependência psíquica.  Ser dependente é se considerar incapaz   de cuidar de si mesmo.

“O dia só tem significado quando pelo menos ouço a sua voz “. “Não consigo sair de casa sem que ele me acompanhe”.  “Não há distração se não a tenho a meu lado.” Minha vida acabou desde  sua viagem”. Esses relatos constituem algumas da expressões de pessoas dependentes emocionalmente.

Essa condição resulta da necessidade  constante da  presença, da atenção, da validação e do afeto do outro.  A sensação de segurança ou equilíbrio para suportar  tensões e dificuldades é encontrada a partir da outra pessoa.  Desta forma,  alimenta-se a intenção de renunciar a si próprio; transfere-se o encargo de bem-estar mental, físico e emocional para o outro e acaba-se tornando totalmente irresponsável.

Normalmente, a relação que se estabelece evolui para uma relação doentia.  Essa necessidade  pode ser comparada a dependência na drogadição.

Assim sendo, são considerados indícios:

– Necessidade afetiva excessiva pelo outro, pela presença, atenção, carinho,    cuidado, aprovação, suporte, proteção, etc.
– Ciúme ao extremo; relação exclusiva e parasitária reduzindo as relações sociais ou tornando-as  desinteressantes;
–  Possessividade;
– Considerar  as outras pessoas como ameaças ao relacionamento com a pessoa em questão.
– Adoção de manipulação:  “Eu não sei o que faria sem você.”
– Falta de espontaneidade na troca de afectos – “Só dou se receber em troca”.
– Não fazer  planos a curto, médio e longo prazo sem envolver a outra pessoa.

Para ajudar a refletir:

O  Urso Faminto

Uma lenda indígena americana conta que, certa vez, em plena época de escassez “ um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento.
A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.
Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida.
Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina… Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava.
O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo.
Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu Corpo e mais alto ainda rugia. Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida.
O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu Imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.
Quando terminei de ouvir esta história, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes.
Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. (Fonte)

Norma

Imagem Net

Comments

  • Kátia Barbosa Rumbelsperger
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    Excelente história para trabalhar com pessoas que sofrem com essas queixas.
    Parabéns

  • Gracita
    Responder

    Bom dia Norma
    Esse texto é uma pérola para refletirmos sobre as relações doentias que desenvolvemos e que nos mantém amarrados a ideias errôneas pre concebidas e ou a pessoas que julgamos serem vitais para que a nossa existência. Esses sentimentos nos aprisionam e precisamos nos libertar para tornar a caminhada mais saudável e feliz. Tudo podemos se em Deus confiamos
    Um lindo dia para você
    Beijos

  • verena
    Responder

    Boa noite, Norma
    Excelente texto que nos faz refletir. Um alerta para qualquer um de nós.
    Beijos

  • Luma Rosa
    Responder

    Oi, Norma!
    Essa parábola é muito boa! Vi um vídeo no youtube falando sobre e também um experimento em psicologia comportamental que também remete a esse comportamento cego e destrutivo:

    – Coloca-se o cachorro dentro de um cercado fechado.
    – Coloca-se do lado de fora do cercado e abre-se uma porta no cercado em posição oposta à comida.

    Se o cão está em estado relaxado, ele encontrará a porta aberta e dará a volta no cercado para encontrar a comida.

    Mas, se o cachorro estiver faminto e, portanto, excessivamente estressado, fixará sua atenção para a comida, tentando rasgar a grade ou cavar por debaixo dela, ignorando a porta aberta do lado oposto do cercado.

  • toninhobira
    Responder

    Comportamento muito mais comum e presente do que possamos imaginar e dele vem estragos em relações inclusive culminando com homicídios e outros crimes. Nesta semana próxima passada li sobre um casal onde a mulher cansada da relação, rompeu com o par e estavam já a algum tempo separados, mas o homem (policial) entrou numa depressão, alegava que não sabia viver sem ela e já sabemos o fim.Pessoas que não se reconhecem doentes deste mal, continuam abraçadas aos seus potes.
    Triste situação e comportamento que os próximos não levam muito a sério e perdem oportunidade de abortar o pior.
    Excelente partilha norma, que como formiguinha vou levando.
    Beijo

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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