Pessoa com deficiência/Família

 

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 A família é uma rede complexa de relações e emoções”. (Gameiro 1992)

O sonho de quase todos os casais é formar uma família, ou seja, ter filhos. E todos pensam em filhos saudáveis, com condições para seguirem o ciclo natural da vida. A chegada de um novo membro na família sempre traz mudanças estruturais no seu núcleo. Na transição para a parentalidade ocorre a mudança das identidades individuais de marido e mulher para as de pai e mãe, assim como o relacionamento de casal muda para o de unidade familiar.

O nascimento de uma criança com deficiência força a família a confrontar seus próprios sonhos e aspirações com as idealizações a respeito do seu filho.  A flexibilidade da família ao lidar com o evento está relacionada às experiências prévias, aprendizado e personalidade dos seus membros.

As reações são as mais diversas, no entanto a vida de cada um dos membros sofre modificações a partir do momento em que se conhece esta realidade. O período de adaptação varia de família para família. No primeiro momento, o choque inicial gera incapacidade de raciocínio, seguido da ambiguidade de sentimentos (rejeição, frustração, culpa, raiva, desânimo, entre outras). Só com o tempo os pais conseguem se reorganizar emocionalmente e possivelmente aceitar.  Algumas vezes a situação difícil não gera resultados negativos, pode ser uma experiência enriquecedora.

Em relação à irmandade,  autores citam como aspectos positivos: os irmãos demonstrarem aumento na maturidade, responsabilidade, altruísmo, tolerância, preocupações humanitárias, senso de proximidade na família, autoconfiança e independência. Outros citam como aspecto negativo que os irmãos  podem estar expostos a cobranças excessivas dos pais que se disseminam por outras  áreas de suas vidas

Todas as famílias passam por diversas etapas em seu ciclo vital (entrada e saída de um membro, adolescência, etc.). Contudo, famílias com filhos com deficiência enfrentam momentos de grande tensão, como por exemplo, os descritos Mackeith (1973 ) citado por Powell e Ogle (1991):

– quando chega o momento de proporcionar educação à criança há necessidade de encarar as possibilidades escolares;
– quando a criança deixa a escola e tem necessidade de enfrentar as confusões e frustrações pessoais como todos os outros adolescentes;
– quando os pais envelhecem e não podem dar continuidade de assumir a responsabilidade de cuidar do seu filho.

Alguns autores assinalam que os altos níveis de estresse estão relacionados a baixos níveis de progresso, ao comportamento social e  ao aumento dos cuidados necessários, não se podendo deixar de mencionar as condições sócioeconômicas da família, uma vez que a limitação da criança pode exigir gastos incompatíveis com a renda familiar.

Alguns casais não sobrevivem à presença de um filho com limitações e se separam; outros, pelo contrário, mantém-se unidos na luta pela superação. Um dos fatores negativos consiste no preconceito que acaba levando ao isolamento social.

A família é o principal local da aprendizagem e da construção da autoestima, portanto o desenvolvimento de uma identidade positiva de uma criança com deficiência será proporcional à maneira como cada um dos membros interage um com o outro.

Referência bibliográfica

NICHOLS, M. (1984). Terapia Familiar- Conceitos e Métodos, New York: Gardner

POWELL, T.; OGLE, P. (1991). El Niño Especial: El Papel de los Hermanos en su Educación. Barcelona: Editorial

Norma

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