Celebrando o Amor

 

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O caminho que eu escolhi é o do amor. Não importam as dores, as angústias, nem as decepções que eu vou ter que encarar. Escolhi ser verdadeira. No meu caminho, o abraço é apertado, o aperto de mão é sincero, por isso não estranhe a minha maneira de sorrir, de te desejar o bem. É só assim que eu enxergo a vida, e é só assim que eu acredito que valha a pena viver.”
Clarice Lispector

Tive duas motivações diferentes para fazer este post: a primeira um acontecimento exposto por uma colega sobre o ocorrido num transporte coletivo:

“Agora cedo, indo para o trabalho, me deparei com uma situação deplorável no ônibus lotado. Uma senhora de seus 60 e poucos anos, bem vestida, perfumada e de nariz em pé, começou uma confusão ao exigir que uma mocinha se levantasse do lugar reservado para idosos e deficientes. A moça estava errada, mas a arrogância da senhora foi tão grande que ela disse q n se levantaria. A senhora então, do alto da sua intolerância e preconceito, disse q queria chamar a polícia p tirar aquela “negrinha” do “seu” lugar!!! Eu e mais uma moça reagimos imediatamente. Falamos tudo que aquela “senhora ” de bem” precisava ouvir.” 

A segunda motivação foi o filme Eu, Daniel Blake, cuja trama envolve a luta de um homem para manter seus benefícios financeiros após sofrer um ataque cardíaco e ser desaconselhado pelos médicos a retornar ao trabalho e uma mãe solteira, que luta para sustentar os dois filhos. Ele  entra numa espiral surreal para obter seu auxilio-desemprego junto ao governo; cidadão impotente diante de um Estado que falha em garantir sua dignidade quando ele mais precisa. Ela também se vê totalmente desamparada, abandonada por dois ex-maridos obrigada a buscar abrigo no interior com dois filhos porque o governo não ofereceu a ela nenhuma outra opção de moradia em Londres.

Em ambas as situações, uma real e a outra  “ficcional”, a desumanização das relações se faz presente; não há respeito, consideração pelo outro; o que há é o desafeto.

Assim sendo, como comecei, através de Clarice Lispector,  termino, afirmando o que vale nesta vida são as relações de afeto que construímos e mantemos.

Norma Emiliano

Comments

  • Majo Dutra
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    Há mais de quarenta anos tive que enfrentar a estupidez de um colega que se colocou à frente de uma colega de turma de pele escura, na fila da cantina.
    Quando percebeu que se voltasse a insistir eu ia, mesmo, participar do seu comportamento, saiu esbaforido, porta fora…
    Ela – mansinha e calada – agradeceu-me com o olhar e depois com a sua delicada amizade.
    Isto para dizer que passam os séculos, mas há certa estupidez que parece que não ter fim…
    Concordo inteiramente consigo, de tal modo que tenho um aviso no meu blogue afirmando que no meu espaço valorizo, acima de tudo, a amizade.
    Um dia muito agradável.
    Abraço, Norma.

  • misturebasblog
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    Gostei muito e concordo: o amor é sempre importante e, com ele, seguimos o nosso melhor caminho ! bjs, chica

  • Èlys
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    Não tenho dúvidas. O caminho a seguir na vida deverá ser sempre o do amor.
    Um abraço.
    Élys.

  • toninhobira
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    É Norma situação como esta do real, ainda vamos ter que conviver por muitos e muitos anos.Uma mancha da historia deste país e outros pelo mundo oriundos da escravidão e que a libertação não conseguiu libertar os não negros da doença do preconceito e discriminação. Sempre temos que voltar me Mandela sobre o preconceito, onde ninguém nasce com preconceito, isto se ensina ou não se educa contra. E vemos na ficção o desprezo do Estado o que para nós aqui é bem mais acentuado e vemos grupos assumindo o que o Estado não faz, Aí impera o desamor, o ódio e outras tantas mazelas que impede de sonhar um mundo mais justo e humano.Esta postagem está muito boa para uma grande reflexão de como ainda podemos mudar os rumos destas coisas.
    Haja amor minha querida amiga e parabéns por abordar um tema tão complexo e que merece muita atenção no seio da sociedade.
    Um beijo

  • Vera Lúcia Duarte
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    Olá Norma,
    Vi esse filme ontem e fiquei indignada com a frieza dos atendentes do governo, que sequer consideraram o despreparo daquele senhor para lidar com a informática. Tremenda falta de respeito com o ser humano, algo que acontece na maioria dos serviços públicos.
    Os dois casos ilustram muito bem a mencionada desumanização das relações, a cada dia mais evidente e rotineira. Estamos carentes de amor e respeito ao próximo, infelizmente! O espírito de caridade está se tornando raro, dificultando ainda mais a convivência sadia e harmoniosa entre as pessoas. Por isso o mundo se encontra num processo doloroso de desequilíbrio.
    Clarice é fantástica. Uma escolha perfeita para o foco da postagem.
    Beijo.

  • Anete
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    Gosto da frase/título de livro: “Tudo se resume no amor!”
    Obrigada pela visita no Ciranda de Frases… Talvez goste de ler o que escrevi sobre “satisfação” no Vida & Plenitude.
    Um abraço e bom domingo.

  • Majo Dutra
    Responder

    Apresentei na minha postagem, Sonhos de Abril, um poema belíssimo de um grande poeta de Portugal, sobre este tema.
    Talvez gostasse de o ler.
    Abraço
    ~~~

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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