Carnaval- Um recorte de alegria
Aproximamo- nos de uma data em que a folia embala o cotidiano de um significativo número de brasileiros. Nesse sentido, considerei propício trazer um texto que aborda essa data através do tempo e de algumas expressões do núcleo familiar.
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Um recorte de alegria
“Quanto riso, oh quanta alegria, mais de mil palhaços no salão….” essa e muitas outras canções remetem- me aos anos idos. Anos de magia, de muitos confetes e serpentinas. Anualmente, a chegada do carnaval trazia aos lares, às ruas um novo colorido. Ensaios dos blocos, escolha das fantasias, enfeites nos postes antecediam a grande festa. Época de simplicidade, de calor humano entre vizinhos e ida aos clubes em família. Essas são lembranças minhas.
No meio da multidão, as máscaras; personagens ediondos, assustadores corriam de lá para cá, detinham- se juntos as crianças. Isso era amendrontador. Mas passageiro. Muitos faziam questão de mostrar o rosto após o primeiro impacto. Nos blocos, faziam- se alas de moças, de rapazes e crianças. Em sequida, vinham os pais, os responsáveis, que zelavam por sua família e se divertiam. Festa do povo. Muita animação. Três dias de folia.
Os bondes cheios traziam na parte traseira um grupo de instrumentistas. Com ou sem fantasias as pessoas cantavam e dançavam animadamente ao som de sambas e marchinhas. A festa acontecia em vários lugares de dia e de noite. Pela noite, os jovens voltavam, muitas vezes, a pé, dos grandes bailes carnavalescos. Muita paquera, lança perfume e alegria.
Um mundo mágico, três dias em que novos personagens tomavam conta do cotidiano: pierrô, arlequim, colombinas, príncipes, morcegos, diabos, bailarinas, homens vestidos de mulheres, mulheres vestidas de homens.
Nas tardes, os desfiles das fantasias infantis. Nas noites, os desfiles dos blocos. Feliz, empertigada na minha colombina, via – me no espelho. Lábios rubros, olhos pintados de azul. Tudo era novidade; meninas até seus quinzes anos não se pintavam. Os cabelos eram carinhosamente enrolados em papelotes por minha avó e ao se soltarem mostravam seus belos cachos. Minhas irmãs ( mais velhas do que eu) e suas amigas na sala contavam as emoções da noite anterior. Meu pai tentava descansar para que à noite pudesse acompanhar “o seu rebanho”. Mas minha mãe ali estava dando conta de aprontar sua menina para o desfile.
Lembranças minhas que trazem uma época de vida em família, do compartilhar da magia do carnaval em que o maior sentido era a diversão. Lembranças das músicas que diariamente enchiam os lares. Compositores e artistas detinham- se na nas belas e frenéticas composições carnavalescas.
Na retomada do tempo, pode-se traçar uma linha e pontuar as transformações. No sentido do carnaval, na entrega à folia, na união dos grupos, na participação comunitária, nos valores da família, no sentido da vida. “Cidade maravilhosa cheia de encantos mis, cidade maravilhosa coração do meu Brasil”.
Norma Emiliano
Comments
Sun
Os carnavais de antigamente eram os melhores. Aquilo sim, era carnaval! Hoje não…..hoje não passa de um festival de mulheres semi-nuas, de pancadarias e gente bêbada. Como muita coisa no Brasil, para mim, o Carnaval há muito que perdeu o seu brilho.
um beijo e obrigada pela presença*
Norma Emiliano
Oi querida
Obrigada pelo comentário e pela sua visita.
Norma
chica
Belas lembranças aqui compartilhadas e tudo tão diferente hoje! bjs, tudo de bom,chica
Toninho
Belas lembranças Norma, outro dia comentei em um blog, sobre esta saudade deste carnaval, onde até a lança perfume não era agressão e simplesmente uma brincadeira no salão e perfumava tudo.
Saudades sim destes carnavais e hoje esta coisa de rua, de muita violência, opto mesmo para me recolher e curtir as praias daqui.
Grato pelo link e rever esta lembrança.
Beijo