Blogagem Coletiva- Sentimentos

 

raiva

 

Este texto é a minha participação na Blogagem Coletiva  Emoções e Sentimentos com o tema  Raiva  sob a organização de Glorinha do blog Café com bolo.

O que pode nos levar a sentir raiva? Este sentimento tem características comuns em todos os seres humanos? Quando e como expresso a raiva? São indagações que podem me auxiliar a escrever sobre este sentimento, não apenas como profissional das relações humanas, mas também como ser humano que sofre de todas as dores e questões da humanidade.

Para o psicólogo americano Albert Ellis, o individuo vivencia fatos e acontecimentos com dois níveis de reações: experimenta sentimentos e emoções (ser) e apresenta comportamentos (fazer), mas além desses, já se identifica também alterações físicas (pressão alta, depressão, gastrites, entre outros) e impulsos.  Mas as reações são subjetivas, variam de pessoa para pessoa. Portanto, é normal sentir raiva, a questão é como se reage ao entrar em contato com este sentimento. 

As situações que causam pressões e ultrapassam os nossos limites geram raivas.  Só há raiva por aquilo que é valorizado. Assim sendo, podemos entender a raiva como sentimento de protesto, insegurança, ou frustração.

Pergunto- me o que me dá raiva e aí vou longe….
Lembranças da menina que foi daminha de honra da prima paterna (quatro anos) com a promessa de que ganharia uma boneca e que não foi cumprida; das minhas maninhas que se uniam em suas atividades (eu era mais nova sete anos) e me excluíam; raiva, na adolescência, da colega que me enganou com meu primeiro amor; raiva do mundo quando minha avó paterna (meu ídolo) morreu e me deixou; na vida adulta, raiva das irmãs já casadas e “exploravam” minha mãe pedindo para ajudá-las com os filhos; raiva do marido, muitas vezes, quando me fazia esperar horas para sairmos; das filhas quando davam respostas grosseiras, enfim… muitas outras.  Nunca gostei de ser vítima, de ser mártir, gosto de me colocar e expressar o que estou sentindo. Muitas pessoas não conseguem expressar sua raiva e “engolem sapo” criando sérios problemas emocionais, outras vão ao descontrole e se tornam violentas.

É importante ressaltar que as raivas ao serem muito freqüentes, ou intensas, ou mesmo quando ausentes, podem ser um problema para as relações sociais e para a saúde física

Alexandre Lowen, em seu livro Medo da Vida, sinaliza que no suicídio, a pessoa executa uma ação destrutiva contra o si mesmo e contra os outros e que esse ato tem origem, em grande parte, na raiva reprimida que é dirigida contra si mesmo para magoar as outras pessoas.

Para terminar, mostro o vídeo com a banda Boka Ceka, em que o grupo canta a música Um Puro Sentimento de Raiva, que denuncia muitas situações coletivas que nos estimulam à indignação e à raiva.

 

 

Norma

Comments

  • josé cláudio – Cacá
    Responder

    Norma, esse talvez seja dos sentimentos o mais difíceis de lidar. Eu tenho procurado, com o passar dos anos, a aprender a lidar com ela, medindo a importância que as coisas têm para mim. Isso não faz com que deixe de sentí-la, mas creio ser mais fácil obter um autocontrole. São tentativas de aprendizado, não posso dizer que funciona a contento sempre. Mas o objetivo é melhorar a cada dia. Muito bom o seu texto, como semrpe. Meu abraço. paz e bem.

  • chica
    Responder

    Todos a temos um pouco e mesmo sabendo que faz mal a nós mesmas,não conseguimos…há horas e situações que não a controlamos,né?beijos,chica

  • Isadora
    Responder

    Norma, adorei seu post. Sentimos raiva, em muitas situações e acho, também, que em muitos momentos devmso experssar o que estamos sentindo para que não acumule e se trasforme em algo pior.
    Um beijinho

  • Astrid Annabelle
    Responder

    Norma! Bom dia!
    Que cara feia arrumou como imagem!!!hehehe
    Belo texto. Da raiva ninguém escapa. Faz parte.
    Já senti muita raiva também. Hoje eu consegui transmutar e sou infinitamente mais tranqüila. Mas investi pesado na cura desse ítem. O Reiki me ajudou muito e sair de São Paulo foi essencial.
    Para me tirar do eixo precisa acontecer algo muito grave mesmo. Afinal imunes a este sentimento nunca vamos estar.
    Gostei de conhecer seu lado humano e com isso admirar você mais um pouco. Já lhe admirava bastante…
    Muito boa a sua participação nessa blogagem de hoje. Parabéns.
    Um beijo grande.
    Astrid Annabelle

  • Tati
    Responder

    Oi Norma, li seu texto e gostei muito. mas não consegui assistir o vídeo todo. Hoje não… Estou frágil a este sentimento, seja pela blogagem, seja por estar de TPM, seja pelas eleiçoes aí tão pertinho, ou por uma grande mistura disso tudo. Esta semana o motivo que mais me leva à raiva foi atiçdo. Detesto que invadam meu espaço, que tentem realizar-se a partir das minhas escolhas e que para isso forcem-me a escolher o que querem, sem saber o que EU quero. Desculpe o desabafo. Às vezes falar no comentário é mais fácil que no próprio blog… Já estou melhor, me resguardei. Não explodi, apenas me protegi. Isso foi bom, mas demora mais a digestão, né?
    Um grande beijo.

  • Nilce
    Responder

    Perfeito, Norma!

    O seu texto fala exatamente o que precisamos fazer com relação a esses sentimentos.
    Mas, e essa música que eu não conhecia? Me fez ficar como a abóbora da ilustração.
    Depois não é para ficar com raiva???
    Sem palavras…

    Bjs no coração!

    Nilce

  • roselia
    Responder

    Oi, Norma
    O “engolir sapo” muitas vezes é benéfico… para nós, no meu modo de sentir…
    O vídeo que colocou é tão perfeito pra ilustrar o Tema de hoje… Parabéns pela excelente escolha, menina!
    Os arrastões expressam bem a violência fatal… o desperdício de comida… dá indignação em quqluqer cidadão…
    “Ta tudo do avesso” como diz o cantor da banda…
    Esses grupos costumam focalizar muito bem toda a questão social que desfigura a nossa condição humana.
    Viramos “bichos”…
    A miséria humana… os dois dedinhos algemados… perfeito! Contrariando os que sugerem paz e amor…
    O massacre coletivo da corrupção…
    Ah! se pensássemos mais no próximo como a música diz…
    Gostei demais, muito profundo o que fala pra nós hoje.
    Tenha muita serenidade!
    Abraços fraternos.

  • Alexandre Mauj Imamura
    Responder

    Somos “raivosos” por natureza. O segredo é aprender a administrar o sentimento, como todos os que temos.
    Gostei muito do texto e o vídeo é muito bom.
    bom dia

  • Crica
    Responder

    Oi Norma
    a raiva realmente pode ser muito destrutiva…tive que fazer um ano de terapia pra extirpar a raiva de uma única pessoa: meu pai.
    Muito bom seu texto!
    Eu tratei desse assunto com mais um conto de Alice, procurei amenizar a dor de sentir isso.

  • Socorro Melo
    Responder

    Olá, Norma!

    Percebo, com essa interação que está havendo entre nós, nessa blogagem coletiva, que a raiva é bem frequente. Que a maioria sente, e sofre com isso, mas, percebe-se também que a maturidade, as experiências do cotidiano, vão ajustando os comportamentos, e nos ensinando a lidar melhor com esses sentimentos negativos e destrutivos.
    Seu texto está ótimo, muito informativo. Parabéns!

    Beijos
    Socorro Melo

  • Manuela Freitas
    Responder

    Querida Norma,
    Texto e video muito bons. Por tudo aquilo que tenho lido, a raiva é um estado emocional que passa por todos. É difícil não a sentir no dia a dia, o pior é quando se exterioriza e se perde o controle. Com os anos aprendi a dominar melhor os meus sentimentos e emoções.
    Beijinhos,
    Manú

  • Beth Q.
    Responder

    Bom texto, amiga Norma!
    Todos já sentimos essas ‘raivinhas’, mas já reparou como foram embora, não ficaram guardadas, pois se ficaram fazem da gente pessoa amarga e que vive a reclamar e relembrar o passado. O melhor mesmo é esclarecer na hora e não deixar o sentimento passar ao tal ódio, que é coisa terrível.
    beijinhos cariocas

  • Glorinha Leão
    Responder

    Norma, pela primeira vez vejo vc falar de si mesma nas bloggagens.Achei legal vc se mostrar como pessoa que é, independente de sua profissão. Muito bom seu post. beijos.

  • macá
    Responder

    Norma
    Desculpe por vir aqui só agora tá?
    Essas raivas que você colocou que sente, é muito igual ao que sinto também. Não tem como não sentir não é? O dia-a-dia nosleva a isso. Mas a forma como reagimos é que conta. Eu por exemplo, não deixo que ela me domine, ela vem e rapidinho vai embora. Ficar guardando é que não dá.
    beijos

  • Gina
    Responder

    Norma, implodir ou explodir é que pode trazer consequências desastrosas. Mas pra tudo tem conserto… Refletir é uma forma. Auto-conhecimento é importante para evitar novos destemperos…
    Boa reflexão.

Grata por sua visita sempre bem-vinda.

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