Após o grande dia

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Por que é tão difícil manter um relacionamento no qual a amorosidade é o fator preponderante?

A vida a dois no cotidiano acentua as pequenas diferenças pessoais, antes não valorizadas: formas de organização da casa, das finanças, do tempo, das expressões de carinhos, como lidar com as amizades, com as famílias de origem, entre outras. A maneira como cada parceria encara essas bagagens pessoais constrói o padrão relacional de resolução das questões.

A queixa principal dos casais, quando buscam ajuda, é dificuldade de comunicação, onde o ressentimento é o invólucro principal e reveste a relação de desprazer. A paixão tem um prazo de validade e quando ela se vai, as projeções mútuas se esvanecem, restando a essência de cada um dos parceiros.

Homens e mulheres, por mais que se fale em igualdade, apresentam características específicas no pensar e agir, além dos condicionamentos culturais de cada gênero. Assim, os diálogos se transformam em luta de poder e em responsabilização do outro pelos conflitos.

Quando não se consegue resignificar as diferenças como complementaridade, quando a ausência do autoconhecimento impede que cada um  perceba que é parte dos acontecimentos, os parceiros se magoam mutuamente, deixam de compartilhar suas vivências diárias e sobre seus sentimentos e perdem a intimidade.

Desta forma, a aridez se instala e as tentativas isoladas de melhorar a relação não se mantêm. Neste sentido, alguns permanecem ligados e sofridos, sem realizar as mudanças necessárias para o renascer do amor.

Soneto

“Encontrei-te. Era o mês… Que importa o mês? Agosto, 
Setembro, outubro, maio, abril, janeiro ou março,
Brilhasse o luar que importa? ou fosse o sol já posto,
No teu olhar todo o meu sonho andava esparso.

Que saudades de amor na aurora do teu rosto!
Que horizonte de fé, no olhar tranquilo e garço!
Nunca mais me lembrei se era no mês de agosto,
Setembro, outubro, abril, maio, janeiro, ou março.

Encontrei-te. Depois… depois tudo se some
Desfaz-se o teu olhar em nuvens de ouro e poeira.
Era o dia… Que importa o dia, um simples nome?

Ou sábado sem luz, domingo sem conforto, 
Segunda, terça ou quarta, ou quinta ou sexta-feira,
Brilhasse o sol que importa? ou fosse o luar já morto?”

Alphonsus de Guimaraens

Norma Emiliano

Imagem google

Comments

  • toninhobira
    Responder

    Depois de tantos anos ou poucos anos, encontramos estas situações que parecem comuns nas relações. Passa-se como um desencanto e inicia-se um processo de desmoronamento da relação.O discutir a relação é muitas vezes evitado e esta lacuna cresce e estabelece esta lacuna de suas ponderações analises terapêuticas, que tão bem vem ilustrada no soneto do Alphonsus que eu gostei de ter lido e agora aqui reencontrado.
    Engraçado Norma que novamente me vem uma música que me parece pode ter sido inspirada neste soneto pela Marisa Montes com nome de Depois.
    Enfim mais uma bela partilha de seu trabalho nesta área tão complexa e que precisa de muita atenção de ambas as partes e que a ajuda de profissionais é bem vinda, embora pouco explorada para os casais em geral, seja por medo de exposição ou mesmo pela falta de cultura.
    Gostei, penso que é uma sequencia de algo já lido por aqui e que você possa vir com mais textos sobre este assunto, que pode salvar relações não apodrecidas.
    Uma semana maravilhosa Norma.
    Beijo
    Compartilho.

  • Roselia Bezerra
    Responder

    Ola, querida amiga Norma!
    E tão bom quando um relacionamento vai de vento em popa como se diz !
    Hoje conversava com uma prima sobre este assunto sobre casais da familia e eu penso que não deveria haver briga jamais…
    Por mim, conversariamos sempre pois o amor merece todo ânimo e generosidade por nossa parte para dar certo sempre.
    Pena que nem todos pensem assim…
    O amor merece ser amado e não pisoteado em ocasião alguma.
    Seja muito feliz e abençoada @
    Bjm de paz e bem

  • verena
    Responder

    Em um relacionamento é necessário haver renúncia de ambas as partes. Respeito e Confiança são fundamentais. Quando isto não acontece, fatalmente, há um desgaste do casamento.
    Tenha uma ótima tarde, querida.
    Um terno abraço de
    Verena e Bichinhos.

  • Ailime
    Responder

    Boa tarde Norma,
    Uma excelente reflexão sobre as dificuldades dos casais!
    O problema está muitas vezes em não haver cedências de parte a parte. A vida depois do casamento tem muitos condicionalismos e grande parte dos jovens não está preparado para eles e à mínima coisa a relação desmorona-se. Como tudo na vida é necessário ir construindo e para isso muitas vezes tempos que nos superar.
    Beijinhos,
    Ailime

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